Para discutir a atuação do Congresso em meio à pandemia, os desdobramentos da Medida Provisória 905 e as últimas decisões da Susep, o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, recebeu o deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO) na 15ª edição do Direto & Reto com Camillo, que aconteceu na última quarta-feira, 29 de abril.
“A Câmara continua ativa, realizando sessões online de temas que sejam relevantes ao atual momento que estamos vivendo, como a aprovação do auxílio emergencial, por exemplo. A proposta do Governo era de R$ 200 para os profissionais autônomos e nós conseguimos aumentar o valor e expandir para mais beneficiários”, afirma Vergílio.
Sobre a MP 905, o deputado ressaltou que o texto pegou todos de surpresa, já que desregulamentou a profissão de corretor de seguros. “A MP veio para gerar emprego, mas exageraram na dose e a vacina virou veneno. Por que acabar com uma profissão que gera tanto emprego?”.
O deputado ainda destacou a movimentação dos corretores de seguros e das entidades representativas no trâmite da MP. “O Camillo mesmo foi um representante fundamental, contando com o apoio do PSD e dos corretores de São Paulo. Com isso, e com os diálogos que tivemos com representantes importantes, conseguimos a modificação no texto”.
Com relação à autorreguladora, Vergílio explica que durante os meses que a profissão estava desregulamentada, o Ibracor permitiu que os corretores continuassem a atuar normalmente. “A entidade, que, por enquanto, é a única autorreguladora autorizada pela Susep, fez o papel de registrar todos os novos profissionais do mercado. Foram quase mil registros expedidos durante o período de limbo jurídico”, completa.
O presidente do Sincor-SP lembrou da Resolução nº 382 da Susep está sendo alvo de reclamação dos corretores, já que fala sobre a comissão na apólice. “Em nenhum momento o texto diz que a comissão deverá ser estampada na apólice. O que fala é de aviso formal do valor recebido pelo corretor. No entanto, em live recente da Superintendência, a superintendente afirmou que a comissão deve estar na apólice. O que eles querem com isso?”, afirma Camillo.
Para Vergílio, existe algum tipo de interesse para acabar com a profissão de corretor de seguros. “Vamos investigar para tentar entender qual a motivação da Susep em propor medidas que afetam negativamente o corretor de seguros. Porque o corretor é o melhor canal que existe para comercializar seguro. Seguro não é commodity, mas sim um produto personalizado e que precisa ser feito por quem é especialista”.
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Sobre o recadastramento dos corretores, anunciado recentemente pela Susep, Camillo destacou que, neste momento, a autarquia deveria estar prestando amparo aos corretores, que estão dedicados a ajudar a sociedade a atravessar por esse momento delicado.
“Não façam nada agora. Não tem pressa pra isso. O momento agora é de cuidar do segurado, dar atenção à sociedade. Quem é corretor de seguros ainda é corretor, sua Susep está válida. Ainda temos muito para nos articularmos. Portanto, não façam nada, apenas continuem cuidando dos seus negócios e dos segurados”, finaliza.