Exclusiva – Ao alcançar a maioridade, um desejo unânime entre os jovens era ter a habilitação e comprar o primeiro carro. Porém, entre as novas gerações, Y e Z, o carro não é considerado um bem necessário. Essas gerações preferem aproveitar as experiências dos serviços compartilhados, aplicativos e outros modos de locomoção.
Uma pesquisa feita pela Global Automotive Consumer Study: Future of Automotive Technologie, realizada em 17 países, aponta que 62% dos jovens da geração Y e Z utilizam o serviço de compartilhamento de transporte para locomoção; enquanto 55% dos brasileiros, dessa faixa etária, questionam a necessidade de ter um carro.
Segundo o Denatran, em 2014, 494,6 mil carteiras foram emitidas; em 2015, foram 418,9 mil; em 2016, 392,8 mil foram emitidas.
Despesas com combustível, manutenção, custo para tirar a habilitação e, inclusive, o preço seguro do veículo, são gastos colocados na ponta do lápis que fazem o futuro cliente pensar duas vezes antes de ter um automóvel.
As seguradoras se esforçam para oferecer produtos mais baratos em seu portfólio, como o seguro Auto Popular, que atende a uma parcela da população que está interessada em ser mais sustentável e aproveitar os veículos que já estão disponíveis no mercado. Gilmar Pires, diretor da Azul Seguros, relata a importância oferecer um produto mais rentável. “Os produtos populares são fundamentais para a inclusão securitária do brasileiro, possibilitam ao consumidor contar com soluções simples sem pesar em seus respectivos orçamentos”, avalia.
Segundo dados da Susep, o seguro Auto Popular obteve alta em um comparativo 2018 x 2019, até maio.
Pires atribui o aumento ao esforço das seguradoras em oferecer um produto que caiba no bolso do consumidor. “Acreditamos que apresentar um produto com coberturas essenciais e com condições de pagamento que caibam no orçamento é fundamental para possibilitar que novos consumidores, que ainda não têm seguro, possam proteger seu patrimônio com e contar com a orientação de um corretor de seguros habilitado”, cita.
Eduardo Minc, diretor regional do Sincor-SP em Osasco, alega que o seguro Auto Popular pode ser uma boa alternativa para trazer os jovens novamente para o mercado. “Observamos os jovens de até 25 anos que não estão nem preocupados em tirar a habilitação. Eles gostam de andar de Uber, carro compartilhado e táxi. Realmente, o Auto Popular é a chance de pegar esse mercado que está escapando da mão do corretor”, afirma.
Entrave
Apesar da alta na adesão, o seguro Auto Popular não é tão difundido entre as seguradoras. Apenas duas comercializam o produto. Por ter uma baixa adesão das companhias, o seguro tem o crescimento limitado. “Acredito que por falha de divulgação, falta trabalhar o marketing do produto para que se possa alavancar as vendas do produto”, relata Minc.
Projeção
O seguro para veículos com preços mais acessíveis possui oportunidade de crescimento em virtude das particularidades do mercado. Segundo a Susep, o produto tem como intenção aumentar a oferta do seguro de automóvel para os usuários que possuem automóveis com idade mais avançada. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a frota brasileira é a mais velha dos últimos 18 anos.
“Pelo atual cenário, esta é uma boa oportunidade de crescimento, em virtude das particularidades do mercado e da ainda baixa, porém crescente, inclusão securitária de milhares de brasileiros. Esse é um panorama que modificou com o passar do tempo, como podemos observar nos dados de comercialização do Azul Auto Leve, por exemplo, nos estados de São Paulo e Bahia. Ambos os estados, entre os meses de abril de 2018 e 2019, contabilizaram crescimento, o que mostra o interesse crescente neste tipo de produto diante do mercado”, conclui Pires.