Quando pensamos em Blockchain, abrem-se oportunidades que não param de se multiplicar. Embora o Bitcoin já seja fruto disso, ainda há muito a se desenvolver e descobrir; uma verdadeira inovação. Podemos dizer que seria difícil encontrar muitos acontecimentos como esse na história, pois temos a oportunidade de contar com um registro confiável, inalterável e que não é administrado de maneira centralizada. É uma certificação notarial pública, confiável, disponível e descentralizada.
Para o setor de seguros, o Blockchain pode oferecer uma série de serviços mais robustos e que não entram em confronto com os já existentes. Isso daria maior transparência, agilidade de processos e uma otimização significativa no custo das transações. E, levando em conta a convergência entre a chegada da era digital com suas inovadoras tecnologias, novos players, que buscam romper paradigmas e gerar melhorias que desagregam partes da cadeia de valor; novo perfil de cliente, exigente, mas disposto a colaborar com a criação do futuro; bem como a evolução do setor, não há dúvida de que o cenário é perfeito para a transformação.
Usar o Blockchain no setor de seguros, cedo ou tarde, terá um efeito disruptivo e levará as empresas a uma mudança de órbita. Portanto, é importante considerar os aspectos que o Blockchain tem potencial de beneficiar e, em alguns casos, mudar totalmente o modelo de negócios das empresas.
Utilidades
- Identidade de clientes: Por meio da vasta rede Blockchain, seguradoras poderão verificar a identidade de seus clientes e armazená-las em arquivos compartilhados. A partir disso, todas as entidades envolvidas nesses processos poderão realizar a verificação sem que o cliente precise apresentar documentação em múltiplas ocasiões, melhorando significativamente sua experiência. Os dados passam a pertencer somente ao próprio segurado e poderão ser compartilhados com quem ele quiser ou permitir. Imagine um histórico de comportamento, sinistros e até comercial de cada cliente/segurado que seja fidedigno e extremadamente confiável, com peso de “verdade absoluta”.
- Seguro Smart: Por meio dos “Smart Contracts”, o processo de seguro pode ser executado para coletar informações de clientes de sistemas de terceiros de maneira imediata e eficiente. Uma vez finalizados, os detalhes da apólice serão incorporados em um “Smart Contract” que terá execução automática assim que uma reclamação for feita. Isto implica em uma liquidação extremamente rápida, segura, confiável e com pouca propensão a não satisfazer as partes envolvidas.
- Gestão de fraude: As seguradoras poderão gerenciar reclamações fraudulentas, formando uma rede de consórcio de terceiros. Cada reclamação será compartilhada e verificada pelas entidades da rede, para identificar reclamações múltiplas e duplicadas, com o único propósito de eliminar a necessidade de controles, intermediários, peritos e demais complexidades burocráticas. Logicamente, deve haver uma regulamentação que a habilite.
- Auditorias: Por meio da rede de Blockchain, as empresas poderão facilitar o acesso à informação para auditores, tanto internos quanto externos, de maneira eficiente e com as autorizações necessárias para executar o processo de maneira ágil e sem complicações. Isso implica uma validação dos principais números de uma seguradora, como seus investimentos, reservas e outras áreas contábeis.
Uma prova de que o interesse do setor de seguros por essa tecnologia está crescendo é que várias empresas gigantes uniram forças, em nível global, e fundaram a iniciativa B3i. Trata-se de uma plataforma na qual seus membros podem criar provas eficientes e desenvolver padrões comuns para a indústria, e já conta com 15 membros, como a Allianz, Zurich, Aegon, Generali, Munich RE, entre outros. Por meio dessa iniciativa, essas empresas colaboram para explorar a capacidade do Blockchain e otimizar processos de negócios e cadeias de valor para o setor.
Mesmo em fase de testes, boa parte da pesquisa já realizada sinaliza que existe uma grande oportunidade de se aplicar Blockchain na indústria de seguros. Na América Latina, a penetração do Blockchain, medida pelo uso de Bitcoin, poderia ser resumida em:
Argentina e Brasil, onde a demanda por Bitcoins mais cresce, e Colômbia, onde há o maior interesse em aceitar/legalizar o uso cotidiano de moedas como Bitcoin. Esse país tornou-se referência regional no tema. Há ainda registros de crescimento no uso dessa moeda no México, Chile, República Dominicana e Venezuela.