O diretor geral da Bradesco Seguros, Marco Antonio Gonçalves, foi o convidado do almoço do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ) realizado no dia 14 de junho. Para uma plateia de cerca de 60 profissionais, entre corretores de seguros, executivos da seguradora e representantes de entidades do setor, ele afirmou que o momento de insegurança vivido no Brasil é propício ao desenvolvimento do seguro – e a tecnologia deve ser uma aliada nessa empreitada.
“Muitos acreditam que a informatização substituirá as pessoas. Ouvi na semana passada que, em 2019, todo o conhecimento de um ser humano estaria em um computador. É claro e certo que a evolução tecnológica nos levará por novos caminhos. Mas, na minha visão, não substituirá as pessoas, apenas contribuirá para nosso maior conhecimento. Lembro quando, 10 anos atrás, diziam que as corretoras online tomariam o lugar dos corretores de seguros. Hoje, sabemos que isso não aconteceu”, pondera.
O diretor acredita que será preciso, sim, se preparar para as mudanças geradas pelos avanços tecnológicos, mas que a figura do corretor continuará sendo aquela apta a “tornar o complexo simples”, o que nenhum sistema seria capaz de fazer, porque até mesmo um seguro mais objetivo como o de automóvel possui inúmeras nuances.
Outro ponto levantado pelo diretor foi a necessidade de rever alguns aspectos do ontem para aprimorar o amanhã. “Por que não temos, até hoje, o seguro no foco do cliente? A sociedade ainda não sabe o que precisa em termos de proteção”, diz. Nessa mesma linha, Gonçalves alerta: “levar o físico para o digital com a simples digitalização é pouco, não resolve nada. Acaba gerando altos custos sem refletir maior eficiência”. A palavra de ordem, portanto, seria reavaliação.
Nova parceria
O executivo também contou aos associados que a Bradesco Seguros vai expandir os seus ramos de atuação, graças a uma joint venture com a Swiss RE. “Iniciaremos a operação em grandes riscos, entrando em linhas financeiras e responsabilidade civil, entre outros, a partir de julho. Aguardamos apenas aprovação final da Susep”, revelou. A parceria vai ao encontro da meta da seguradora, que desde 2013 opera como uma companhia multi ramos, de oferecer “proteção completa em um único lugar”.
De acordo com Gonçalves, é essa mesma postura que o Grupo espera do corretor de seguros. “O distribuidor possui conhecimento suficiente para deixar de ser um tirador de pedidos, de vender um único ramo, para oferecer uma visão completa de soluções a cada cliente”, declara.
O poder do diálogo
O diretor da entidade, Luiz Mario Rutowitsch, aproveitou a ocasião para contar que a proposta de formação de comissões de conciliação entre corretores e seguradoras, apresentada pela diretoria no início deste ano, já está tomando forma. “Cada comissão terá cinco integrantes, sendo dois da diretoria, uma da Comissão de Mulheres do clube e dois associados que tiverem interesse em participar. Inicialmente, serão duas: Auto e RE e Vida e Saúde”, anunciou.
Ele explicou que, em reuniões periódicas, as comissões vão deliberar sobre demandas dos corretores sobre suas dificuldades junto às seguradoras e levá-las às companhias quando for necessário. “O objetivo é obter informações cada vez mais precisas e melhorar também o relacionamento entre corretor e segurado”, explicou.
O diretor da Bradesco apoiou a iniciativa. “Em qualquer ramo, precisamos estar alinhados à distribuição e ter uma interlocução muito intensa. As comissões serão um canal muito importante para evitar a judicialização. Esse é o grande papel das instituições”, elogiou. Marco Antonio Gonçalves recebeu uma placa de homenagem e uma comenda do CCS-RJ no final do evento.