Ultima atualização 31 de agosto

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Seguradoras pedem fim de subsídios aos combustíveis fósseis

De acordo com pesquisa recente, governos do G20 gastam US$ 444 bi por ano para apoiar a produção de combustíveis fósseis

Seguradoras pedem fim de subsídios aos combustíveis fósseis

Seguradoras multinacionais com mais de US$ 1,2 trilhão em ativos sob sua gestão pedem que durante a cúpula de líderes do G20 em Hangzhou, na China, nos próximos dias 4 e 5 de setembro, os governos desses países se comprometam a eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis até 2020.

Uma pesquisa recente do Overseas Development Institute and Oil Change International apurou que os governos do G20 gastam US$ 444 bilhões por ano para apoiar a produção de combustíveis fósseis – apesar de terem se comprometido desde 2009 com a gradual eliminação desses subsídios e com o combate às mudanças climáticas. O Brasil oferece quase US$ 50 milhões por ano para apoiar o setor de combustíveis fósseis, entre subsídios nacionais, financiamento público e investimentos em companhias estatais.

As companhias de seguros Aviva, Aegon NV e MS Amlin assinaram com o Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) e Open Energi uma declaração conjunta na qual alertam os governos sobre os riscos de continuar financiando a produção de petróleo, carvão e gás. Ela conclama os líderes do G20 a superarem a retórica dos anos anteriores e se comprometerem com um cronograma específico para a rápida eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis.

“Gerar lucro é essencial nos negócios. Mas os negócios só existirão no futuro se agirmos de forma sustentável e criarmos valor social mais amplo e de longo prazo. Isso é apenas um bom negócio e não agir de forma sustentável é um péssimo negócio. As alterações climáticas são a mãe de todos os riscos – para as empresas e para a sociedade como um todo. E esse risco é ampliado com maneira pela qual os subsídios aos combustíveis fósseis distorcem o mercado de energia. Esses subsídios são simplesmente insustentáveis. Pedimos aos governos que acabem com essas muletas do carbono, revelem o verdadeiro impacto para a sociedade dos combustíveis fósseis e levem em conta o preço a ser pago no futuro por ter confiado neles. Os subsídios à energia deveriam ser usados para criar um futuro sustentável através dos objetivos sociais, ambientais e econômicos estabelecidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, diz Mark Wilson, CEO da Aviva plc.

“Estes subsídios alimentam mudanças climáticas perigosas. Se quisermos ter alguma chance de cumprir o objetivo de manter o aumento médio da temperatura do planeta abaixo dos 2°C como ficou definido no Acordo de Paris, os governos precisam iniciar rapidamente um programa de descarbonização. É extremamente preocupante, portanto, que no início deste ano os ministros de Energia do G-20 tenham agido como se o Acordo de Paris não tivesse sido fechado, repetindo as mesmas promessas vazias que eles vêm fazendo desde 2009. O setor financeiro reconhece a importância de se afastar dos combustíveis fósseis. Os governos precisam perceber que eles podem ser os únicos que ainda não se mexeram”, completa Shelagh Whitley, pesquisadora líder sobre subsídios na ODI.

L.S.
Revista Apólice

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