A Liberty Seguros realizou, em parceria com o Instituto Teor Marketing pelo segundo ano consecutivo, uma pesquisa sobre mobilidade urbana para entender as implicações deste tema no cotidiano dos habitantes das principais capitais do País. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 84% da população moram em centros urbanos.
Os dados foram coletados em entrevistas envolvendo mais de mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Curitiba e Belo Horizonte. Do total de entrevistados, 60% são homens e 40% mulheres. A faixa etária média ficou nos 29,3 anos.
Em sua “Pesquisa de Mobilidade Urbana 2015”, a seguradora propôs que os participantes imaginassem a cidade ideal. Independentemente de local, faixa etária e sexo dos entrevistados, para 82% deles ela apresenta as características de uma cidade compacta, onde moradia, trabalho e compras estão, no máximo, a 20 minutos a pé. Na “cidade compacta”, a dependência do carro é menor e mais serviços são oferecidos nos bairros. Mulheres e pessoas acima de 31 anos são as que mais almejam viver em cidades deste estilo, mesmo que isso represente abrir mão de algumas conquistas.
Para o superintendente de Inteligência de Marketing e Inovação da Liberty Seguros, José Mello, “o desejo de viver em cidades compactas é evidente em resultados como estar perto do trabalho e de áreas de lazer, a disposição de se deslocar a pé ou de bicicleta, a vontade de usufruir mais dos espaços públicos, a intenção de compartilhar mais e possuir menos bens”.
O estudo revela que, hoje, o Rio de Janeiro é o melhor exemplo de cidade compacta no Brasil, com 58% das pessoas que se deslocam a pé para realizar atividades do dia a dia, incluindo trabalho e lazer. Além disso, os cariocas valorizam a proximidade do local de trabalho ou estudo, e de áreas para a prática de atividades de lazer, que foram indicadas como as principais para 31% e 27% dos habitantes da capital fluminense, respectivamente.
A pesquisa confirma a tendência de uma economia compartilhada, que vem ganhando força globalmente. Ainda que dividam pouco atualmente, 89% dos entrevistados afirmaram que gostariam de ter menos posses e mais acesso a bens compartilhados, desde itens triviais como livros, DVDs e utensílios domésticos até carros e cômodos da própria casa. Os moradores da cidade de São Paulo se destacaram como os menos dispostos a este compartilhamento e Salvador surge como a região mais disposta a dividir.
Os dados do levantamento da seguradora mostram que as pessoas mais dispostas a compartilhar tendem a ser mais “expostas”, ou seja, moram em casas de rua, conhecem seus vizinhos e andam de ônibus. Os jovens entre 18 e 25 anos se destacam neste grupo e representam 36% do total dos pesquisados, que já conjugam o verbo compartilhar. Quando a pesquisa faz o recorte por gênero, 60% dos homens ouvidos se declaram dispostos a dividir.
Lazer ao ar livre e uso do espaço público
Confirmando um resultado já observado na pesquisa realizada em 2014, para 81% dos entrevistados o local de lazer ideal é próximo de casa e ao ar livre. Esse índice reflete o desejo de estender os espaços das casas, que vem diminuindo principalmente nas áreas centrais das cidades, e de retomar o espaço público.
No que diz respeito à mobilidade no cotidiano, a pesquisa deste ano confirmou a diminuição do uso do carro. Em 2014, 50% dos entrevistados realizavam seus deslocamento diários de carro. Neste ano, o número caiu para 36%, sendo que houve um aumento do uso da bicicleta e dos deslocamentos feitos a pé.
Quando o assunto é a mobilidade no tempo livre, atualmente, na cidade de São Paulo, o carro responde por 37% dos deslocamentos para locais de lazer, enquanto a caminhada e o uso do trem e ônibus representam 28% e 22%, respectivamente. Somados, eles representam 50% da preferência dos entrevistados.
Moradia, vizinhança e trabalho
Pensando na cidade ideal, 53% dos entrevistados responderam que realizariam seus deslocamentos a pé e de bicicleta, concordando que o carro não deve ser o principal meio de transporte.
A moradia ideal também foi um dos assuntos abordados na pesquisa. Os resultados mostraram um equilíbrio entre aqueles que preferem viver em um apartamento com varanda grande e ter opções de lazer no condomínio (33% dos entrevistados), em casa ou apartamento menores, mas próximos dos locais de estudo ou trabalho (28%) ou morar em uma casa espaçosa e afastada do trabalho (28%). Vale ressaltar que 12% dos paulistanos declararam que não abririam mão de nada para ter a moradia ideal.
No que diz respeito aos fatores que determinam a escolha do local de moradia, a proximidade de estações de metrô, trem ou ônibus e de locais para a prática de atividades de lazer foram indicados como os principais para 27% e 23% dos paulistanos, respectivamente.
Quando perguntados sobre onde desejam fazer suas compras do cotidiano, de produtos básicos e serviços de conveniência, ainda que demonstrem gostar da praticidade de compras pela internet, aproximadamente 55% dos entrevistados (4% a mais do que no ano anterior) optariam por pequenos comércios de bairro, que pressupõe uma exposição maior e relacionamentos mais próximos. As mulheres são as responsáveis por puxar essa média: 59% delas preferem os comércios de bairro para a compra de produtos básicos e 42% para os serviços de conveniência.
O desejo de aproximação com os vizinhos é um dado que merece destaque. 50% dos participantes da pesquisa admitem que teriam uma relação mais próxima com seus vizinhos e 30% não se importariam de abrir mão da privacidade para que essa aproximação aconteça.
A pesquisa observou uma insatisfação dos brasileiros com as formas tradicionais de trabalho. A flexibilidade e o controle do tempo são os principais anseios dos entrevistados. 57% declararam que abririam mão de até 20% do salário, desde que isso representasse mais liberdade de escolha versus menos tempo no trânsito. Atualmente, os brasileiros perdem até 90 minutos nos deslocamentos diários entre residência, trabalho e local de estudo.
“A pesquisa comprova que o desejo de viver melhor está disseminado entre os habitantes das cidades e é muito semelhante, mesmo em partes diferentes do Brasil. Com ações voltadas para a mobilidade urbana, a Liberty Seguros apoia e faz parte dessa transformação”, finaliza Mello.
L.S.
Revista Apólice