A operadora de planos de saúde Amil, que teve seu controle adquirido pelo grupo americano
UnitedHealth Group (UHG) no ano passado, vai deixar de comercializar planos de saúde individual e familiar este mês,
segundo fontes ouvidas pelo Broadcast. Embora ainda não tenha oficializado a informação, a empresa convocou as
grandes corretoras especializadas no segmento no início desta semana para informar sobre a decisão.
A venda de planos individuais e familiares estará suspensa, segundo informações de corretoras consultadas pela
reportagem, a partir de 23 de junho nas marcas Amil, Medial, Dix, One Health e Lincx, sendo os dois últimos voltados
para o público de alta renda. Esta é a primeira mudança promovida na Amil após seu controle ter sido adquirido pela
americana UHG e ter seu capital fechado.
Os beneficiários individuais têm participação de cerca de 26% no total de planos médicos da Amil, conforme dados
disponíveis no relatório de resultados de junho de 2012, último dado disponível antes de a empresa fechar seu capital.
São mais de um milhão de clientes ante total de 4,3 milhões.
A decisão da Amil em deixar de vender planos individuais e familiares também está em linha, conforme fontes, com a
decisão das seguradoras no passado de atuar nesta carteira em meio aos elevados custos e alta sinistralidade e
voltar-se para o segmento corporativo. A SulAmérica, por exemplo, deixou de comercializar planos individuais em 2004.
No ano seguinte, a Bradesco Seguros fez o mesmo. A Porto Seguro também descontinuou a venda de individuais e
familiares na mesma época.
Apesar do tíquete médio no público individual ser mais elevado que no empresarial o entendimento de especialistas é
que a gestão dos planos é mais complicada que no empresarial. O maior foco no segmento de pessoa jurídica por parte
da Amil já havia sido destacado pelo executivo responsável pelas operações internacionais da UnitedHealth, o
vice-presidente executivo David Wichmann, durante teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre.
Segundo ele, a companhia vê oportunidades no Brasil para acessar mercados ainda não cobertos pela Amil. Um
exemplo, conforme o executivo, são serviços semelhantes aos que a Optum (marca do UnitedHealth Group) oferece nos
Estados Unidos, tais como assessoria a empresas para gestão de custos com saúde de seus funcionários.
Procurada, a Amil ainda não se manifestou. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também não foi
informada da decisão da operadora.
Fonte: Aline Bronzati e Dayanne Sousa – Agência Estado