Ultima atualização 09 de maio

Revista Apólice – Edição 169

opinião

É hora de se preparar para o futuro

por Denise Bueno*

Os corretores, de todoo Brasil,têm um grande desafio pela frente. Vivemos um momento de readequação na forma de pensar o futuro. De se preparar para o futuro. Os sistemas oficial e privado de previdência são pressionados a mudar para se adaptar a um cenário de taxas de juros menores. E neste momento, todo cuidado é pouco, segundo o consultor e economista Luiz Calado, do IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros).

“Ninguém acreditava que poderia existir um cisne negro. Todos acreditam apenas que existia um cisne branco. Mas setembro de 2008 está ai para mostrar que tudo é possível”, disse durante palestra proferida no evento “Mesa Redonda – Os efeitos da atual política de juros no mercado de seguros e previdência”, promovido em São Paulo, pela Escola Nacional de Seguros.

Ele se referiu ao maior pico da bolsa em 2008, quando a BM&FBovespa atingiu 73 mil pontos. Naquela época, as principais revistas do país traziam matérias de capa como “Faça dinheiro com ações”, ou jovens que ficaram famosos com o enredo “Ganhei R$ 1 milhão na Bolsa”. Bem, tudo isso desapareceu com a crise financeira, trazendo todos a uma realidade mais amarga.O Brasil registrouo maior derretimento dos lucros da bolsa da época, chegando a pouco mais de 40 mil pontos. Os papéis amargaram mais de 50% de perda.

E o que isso tem a ver com o Cisne Negro? “Quando o mercado está subindo, todos projetam cenários positivos. Mas é preciso olhar o cisne negro, que surge para quebrar com a nossa expectativa”, diz o economista, estimulando que as pessoas avaliem as informações antes de escolher uma estratégia. Se seguir o curso da maioria, corre o risco de se arrepender, de perder tempo, dinheiro, clientes e amigos.

Dentro deste contexto,Lauro Vieirade Faria, economista da Escola Nacional de Seguros, divulgou um estudo sobre o que as seguradoras brasileiras já fizeram para se adaptarem a um cenário de queda de juros. “O estudo revela que elas já fizeram ajustes significativos para conviver com taxas de juros menores, mas ainda precisam adotar estratégias para manter o nível de retorno financeiro ao acionista”, diz Faria.

Segundo ele, a cada um ponto percentual de redução da taxa de juros, as seguradoras precisam melhorar em um ponto percentual o índice combinado (faturamento menos despesas e pagamentos de indenizações), indicador conhecido no setor por medir a eficiência operacional de uma companhia. Quanto menor, melhor. “Se comparado ao mercado internacional, onde a relação é de a cada um ponto percentual de queda de juros há uma necessidade de melhorar três pontos percentuais de índice combinado, as seguradoras no Brasil estão muito capitalizadas”, afirma.

As seguradoras do ramo vida devem ser mais atingidas pela baixa da taxa de juros, acredita Faria. “Mas é preciso olhar cada caso, empresa a empresa”, citou. Já seguros gerais, que envolvem bens patrimoniais, têm menos chance de serem afetados em razão dos contratos serem de curto prazo de, no máximo, um ano.

Faria fez uma pesquisa com 52 seguradoras, usando o banco de dados público da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O estudo mostrou que nas seguradoras do segmento de seguros gerais, o resultado financeiro sobre o prêmio ganho passou de 15% em 2003 para 8% em agosto de 2012. O índice combinado melhorou dez pontos percentuais, passando de 110% para 102%.

A rentabilidade sobre o patrimônio médio praticamente se manteve em 8%, com um pico de 17% nos anos de 2006, 2007 e 2011. Segundo ele, os investidores estão acostumados com uma faixa de 12%. “Então, para retornar a esse patamar, as seguradoras de seguros gerais precisam acelerar estratégias para aumentar a rentabilidade neste cenário de queda de taxas de juros”, afirma Faria.

As seguradoras de vida mostram outro cenário, uma vez que os passivos são mais de longo prazo, ao contrário de seguros gerais, onde a maioria dos contratos de seguros tem vigência de um ano. Na média entre as 26 seguradoras pertencentes à amostra, o

resultado financeiro sobre o prêmio ganho que era de 22% em 2003 caiu para 6% em agosto de2012. Arentabilidade sobre o PL se manteve em 25%, com um pico de 46% em 2005. Ou seja, um elevado índice de remuneração ao acionista.

Não é possível saber se esse ajustamento revelado na pesquisa procede de aumento de preço, da melhora da subscrição, da redução de custos. “Acredito que esse ajustamento veio de ganho operacional”, comentou Faria.

As alternativas para compensar o vácuo deixado pela redução do ganho financeiro são aumento do preço, ampliação do portfolio e área de abrangência da companhia e redução de custos. Outra saída é aplicar as reservas técnicas (valores que garantem que a seguradora vai ter recursos para pagar a indenização no futuro) em ativos de maior risco, numa tentativa de aumentar o retorno da carteira de investimentos.

Também é possível fazer uma alavancagem maior entre prêmio e patrimônio. Faria acha pouco provável a alavancagem, em razão das amarras regulatórias e maior fiscalização das companhias por parte da Susep. O economista também não acredita que as  companhias consigam aumentar o preço do seguro diante de um mercado extremamente competitivo. Para ele, a aposta do setor está na melhoria operacional por meio do ganho de escala ao conquistar mais clientes para o setor de seguros.

A pergunta que não quer calar foi feita por um dos corretores presentes. “Por que as seguradoras não fizeram um hedge para garantir o resultado financeiro quando estavam ganhando rios de dinheiro sem repassar ao cliente, ganhando taxas de 15% e pagando 6%, se era claro a queda das taxas de juros?”. Segundo Faria, as seguradoras são reguladas e não podem fazer operações de derivativos. “Uma coisa é fazer hedge nos EUA e outra é fazer hedge no Brasil”, diz ele.

Bem, a nova realidade é que a Susep olha para o tema e vislumbra exigir das seguradoras um forte aporte financeiro para garantir que elas terão recursos

suficientes para fazer frente aos planos vendidos no passado com garantias de rentabilidade. Segundo um teste de resistência feito pelo órgão regulador, a necessidade de aumento de provisões por parte das seguradoras seria de R$ 6 bilhões, informou o Valor Econômico recentemente.

Os atuais, como PGBL e VGBL, não apresentam riscos, pois a rentabilidade prometida é a obtida pela aplicação dos recursos no mercado financeiro. O problema aqui são as taxas cobradas, de carregamento (sobre os aportes) e de administração (sobre o patrimônio acumulado), que em alguns casos superam em muito a rentabilidade obtida pelo gestor. “As taxas de fundos fechados cobradas dos participantes vão de 4% a 15%”, informou Wilma Gomes Torres, da Previc. “Um percentual elevadíssimo se considerarmos os rendimentos atuais, com juro real de 1,5%. “Vamos atacar esse problema em2013”.

Já para os planos que garantem rentabilidade e também para aqueles que querem ganhar algo além do juro real, hoje na casa dos 1,5% no Brasil e negativo em países como Japãoe Estados Unidos, será preciso assumir riscos. “E numa hora dessa, o corretor tem de estar bem informado sobre o mercado financeiro e sobre a saúde da seguradora que escolhe para seu cliente”, enfatizou Marcelo Caetano, do IPEA.

 

capa | capitalização

83 anos de inovação

SulaCap completa mais um ano comemorando a projeção de 30% de crescimento em 2012

Pioneirismo. Esta é e sempre foi a marca da SulaCap, que criou a capitalização no Brasil e continua inovando, com pro­dutos como o Garantia de Aluguel e os de incentivo. A empresa, que faturava R$ 200 milhões em 2006, vai fechar 2012 com mais de R$ 1,4 bilhão (cerca de 30% a mais que em 2011), tendo ainda uma expectativa de faturamento de R$ 1,7 bilhão em 2013.

Única das grandes do mercado exclu­sivamente direcionada para capitalização, a empresa lançou todos os produtos exis­tentes hoje no setor, sempre em função das demandas e das necessidades de seus clientes, de diferentes nichos.

Dinâmica, oferecendo um portfolio único de produtos entre as empresas de capitalização (com ampla oferta de produtos diferenciados) e com ótimos resultados, era natural que a SulaCap atraísse o interesse de vários grupos do mercado. E foi o que aconteceu. Como resultado, no momento está em processo uma eventual venda da Companhia para a SulAmérica Seguros. “Pela sua eficiência e conhecimento de mercado, faz sentido que empresas como a SulAmérica queiram contar com a SulaCap”, afirma Carlos Infante de Castro, presidente da SulaCap e integrante do conselho da SulAmérica Seguros. Engenheiro, com MBA na Uni­versidade de Stanford e 21 anos de atuação no Grupo SulAmérica, Carlos Infante chegou à SulaCap em 2006, vindo da vice-presidência corporativa daSulAmérica Seguros,quando a companhia ocupava o 11º lugar num setor que tinha 12 empresas atuando. Hoje, a SulaCap é a 4ª empresa do ranking, e a 1ª entre as não vinculadas a grupos financeiros.

Com matriz no Rio de Janeiro e sucursaisem todo o Brasil, a SulaCap comercializa capitalização de forma efi­ciente e organizada. “O fato de ser uma empresa não vinculada a instituições financeiras – não contando, assim, com uma rede própria de agências bancárias para a distribuição de seus produtos – obrigou a SulaCap a criar uma bem sucedida forma de operação baseada na inovação constante, rapidez no desen­volvimento, implantação e lançamento de produtos, e na mais absoluta atenção às necessidades específicas de cada cliente. Cada produto empresarial nos­so, por exemplo, é tailor-made, o que nos obriga a um trabalho meticuloso na estruturação de soluções que contem­plem adequadamente a especificidade de cada parceiro comercial. Na SulaCap, respira-se capitalização, e o time de colaboradores – em sua maior parte formado internamente – é altamente es­pecializado no que faz”, afirma Infante.

Criatividade, Agilidade e Eficiência

A proposta da SulaCap não é vender título de capitalização, mas sim, satis­fazer a necessidade ou o desejo que o cliente já tem por determinado produto ou serviço, viabilizando uma solução com o uso do título de capitalização. “Redire­cionamos a empresa para conseguirmos os bons resultados que temos hoje. Para tanto, adotamos o conceito de que o título de capitalização é um chassis sobre o qual podemos montar soluções para as mais variadas demandas do mercado. Com esta ideia, criamos produtos inovadores como, por exemplo, o Garantia de Aluguel, um produto que facilita a vida de muitos na hora de alugar um imóvel, utilizando o tí­tulo para montar uma solução que afasta o problema de se conseguir um fiador”, diz Infante. Como outro exemplo, cabe citar que somente no segmento de Incentivo a SulaCap tem, permanentemente, cerca de 30 produtos empresariais em vias de lançamento a cada mês. Isto porque cada produto é um caso e precisa ser adequado às necessidades específicas de cada cliente.

A SulaCap desenvolve os produtos conforme a necessidade, e, para atender as demandas, sua equipe precisa ser ex­tremamente ágil no desenho, na implan­tação e no lançamento de cada produto. Na matriz do Rio de Janeiro, a empresa conta com cerca de 290 funcionários, todos focados em capitalização. A equi­pe, treinada e especializada, é bastante visada pela concorrência. Distribuídas em três andares de um prédio na Cine­lândia, centro do Rio de Janeiro, atuam as quatorze gerências da companhia – Recursos Humanos, Jurídico, Auditoria, Treinamento/Marketing, Contabilidade, Financeira, Controle, Atuária, Rela­cionamento e Operações, Informática, Desenvolvimento e Processos, Recursos Materiais, Vendas e Produtos Empresa­riais. A companhia tem ainda 10 sucur­sais no Brasil.

Capitalização não é um investimento

Capitalização não é uma aplicação financeira, é uma forma de obter um be­nefício, fazendo uma poupança, e ainda ter a possibilidade de ser sorteado. Com essa abordagem, a SulaCap vislumbra um campo de crescimento infinito, do merca­do, no país. “Nossa proposta sempre foi criar soluções para o mercado. Criamos o Garantia de Aluguel em 2002 e ala­vancamos a divulgação nas imobiliárias. O Incentivo começou em1990”, afirma Sergio Diuana, Vice-Presidente da Sula­Cap, lembrando que a empresa também comercializa os produtos populares, títu­los de capitalização comercializados com valores baixos, voltados para a população de baixa renda. Parte da arrecadação é di­recionada para obras sociais das cidades em que é comercializada.

Nos três nichos em que atua, até setembro de2012, aempresa distribuiu mais de R$ 180 milhões em prêmios aos clientes contemplados nos sorteios. “Crescemos e o mercado mostra que vamos continuar assim, não somente pelo pioneirismo, mas também pelo amadurecimento dos nossos produtos no mercado”, diz Diuana.

“Novos produtos estão em estudo para serem lançados em 2013, e vamos continuar fortalecendo os atuais”, diz o vice-presidente. Para manter a agilidade dos processos, a presidência compar­tilha a sala com a vice-presidência e os diretores das áreas comercial/marketing e de operações. “Os processos não podem ter burocracia, temos que ser rápidos e eficientes”, afirma Diuana, profissional referência do setor, que chegou à Su­laCap em 1988 como diretor vindo da superintendência da SulAmérica Segu­ros e que, desde 2000, ocupa a cadeira da vice-presidência. “Nossa diretoria vivenciou, unida, vários e seguidos planos econômicos, o que nos levou a exercitar nossa criatividade e alavancar nosso crescimento”, diz ele, afirmando que, quem passou por tantas mudanças em tão pouco tempo, aprendeu a ser cria­tivo. “Em 2006, nosso market share era de 2,8%, e hoje, em 2012, estamos com 9,1% do mercado.”

Foco na equipe e nas suas competências

Com visão empreendedora e sem­pre treinando sua equipe com foco na motivação e nas competências com­portamentais, o diretor Comercial e de Marketing, Cesar Tadeu Dominguez, se diferencia pela forma de gestão. Para ele, a excelência de um treinamento faz a diferença na hora da comercialização de qualquer produto ou serviço. Por isso, a SulaCap desenvolve suas competências constantemente, através da ‘Academia de Vendas’, criada exclusivamente para estimular habilidades e atitudes positivas, além de gerenciar resultados fornecendo feedbacks à equipe de vendas. Ele, que chegou na empresa em 2007, também com uma carreira de sucesso na SulAmé­rica Seguros, onde começou, há 25 anos e passou pelos cargos de superintendente de produção, diretor regional e diretor executivo, é o responsável pela área co­mercial da empresa. “Temos sido muito procurados por empresas de gêneros alimentícios, telefonia, supermercados e grandes magazines, por exemplo, que querem agilidade e vantagens nas suas promoções através de sorteios”, diz Do­minguez. O Garantia de Aluguel repre­senta hoje cerca de 40% dos negócios da empresa, ficando o restante com os outros produtos. A empresa tem recebido cerca de cinco prêmios anuais como destaque de mercado.

Formatação e distribuição realizada por experts

Todos os negócios comercializados pela área de vendas são imediatamente levados para a área de operações via­bilizar e, assim, transformar o produto do cliente em título de capitalização. “A forma que montamos e distribuímos cada produto é exclusiva. Aqui focamos no desenvolvimento e na operação, da­mos todo suporte aos clientes, pessoas físicas ou jurídicas, sempre em busca de dar velocidade ao processo”, afirma Anibal Ruger, Diretor de Operações. A área desenvolve todo o pós-venda, fazendo o desenho do produto, criando regulamentos e desenvolvendo proces­sos, orientando os clientes em relação à operação, avaliando a documentação, realizando movimentações financeiras e monitorando os pontos chaves – in­clusive com a ajuda de auditores externos. A ideia é sempre dar agilidade à operação, dentro das normas definidas pelos órgãos reguladores. Respon­sável por uma equipe dividida entre as áreas de Implantação, Operação e Logística, Ruger veio daSulAmérica Seguros em1988, para ser Analista Contábil na SulaCap, e logo passou a Gerente de Controle. Em 2010 assumiu a Diretoria de Operações. Sua divisão também é a responsável pelo Call Center, cuja maior demanda é a busca de informações clientesem relação ao Garantiade Aluguel. “Nosso Call Center é uma ferramenta geradora de informações e apoio para o nosso negócio”, diz ele.

 

especial RJ-ES | abertura

Mercados influentes

Integrantes da região com a economia mais forte do Brasil, os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo destacam-se em diversos setores, a exemplo do turismo, transporte e indústria

Gabriela Ferigato

A região Sudeste do Brasil concentra mais da metade do PIB nacional. O Rio de Janei­ro aparece como a segunda maior economia, sendo ela bastante diversificada. No setor industrial, a pro­dução envolve segmentos da metalurgia, siderurgia, gás-química, petroquímica, naval, automobilística, audiovisual, ali­mentícia, mecânica, extração de petróleo, entre outros. O setor terciário se sobressai na prestação de serviços. De acordo com o Rio Convention & Visitors Bureau, a cidade do Rio de Janeiro recebe por ano cinco milhões de turistas brasileiros e dois milhões de estrangeiros. Esses visitantes fazem com que o turismo da cidade movimente US$ 1,5 bilhão por ano. Segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), até 2014 o estado deve receber investimentos de R$ 211,5 bilhões. Dos R$ 40,5 bilhões a serem investidos na indústria, a construção naval lidera com R$ 15,4 bilhões (38%), seguido pelos setores de siderurgia (R$ 10,1 bilhões), petroquímica (R$ 6,1 bilhões; 15,1%) e automotivo (R$ 6,1 bilhões; 15,1%).

De acordo com o presidente do Sincor-RJ, Henrique Brandão, devido aos próximos eventos esportivos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016), além da movimentação do pré-sal, a região demandará muito investimento. “Todos esses fatores irão gerar alguns bilhões em investimento, o que significa que irá aumentar a demanda por seguros”, afirma Brandão. Atualmente o estado conta com 3,5 mil corretores associados ao sindicato. Segundo o presidente, en­tre os seguros que apresentam grandes chances de crescimento estão: locatícia, garantia e responsabilidade civil. “Existe um cardápio muito grande de oportuni­dades e os profissionais da região estão sabendo como aproveitá-las. O corretor fluminense, além de ser muito politizado, está sempre atento ao panorama econô­mico atual do País. Ele sabe que é muito importante estar informado para, desse modo, direcionar seus negócios e ações”, pontua Brandão.

A economia do Espírito Santo destaca-se pelo extrativismo (mármore e granito); agricultura (arroz, café, cacau, cana-de-açúcar, feijão, milho e frutas); pecuária e indústria (alimentos, madei­ra, celulose, têxteis, móveis, siderurgia, produtos químicos e setores ligados à mineração). O estado figura entre os principais produtores de petróleo e gás natural do Brasil. Recentemente, a Petrobras comunicou a descoberta de uma nova acumulação de petróleo no pós-sal da Bacia do Espírito Santo. O estado também abriga um dos mais importantes complexos portuários da América Latina.

Segundo o presidente do Sincor-ES, José Romulo da Silva, após a descoberta de petróleo na região houve um crescimento de oferta de diversos serviços, assim como a instalação de novas empresas. Entre elas estão: escolas de idiomas; fábricas de embalagens para equipamentos eletrônicos; fabricantes de componentes eletrônicos; locação e fabricação de guindastes; estaleiros; siderurgia; montadoras de veículos; fábricas de móveis; base de apoio offshore; fábricas de celulose etc. “Assim como em todo o Brasil, o seguro mais comercializado pelos corretores capixabas são do ramo auto. Eu considero que as melhores oportunidades estão nas áreas de construção civil, portuária, transportes, vida e outras ligadas às novas atividades que estão chegandoem nosso estado. Principalmente em vida, já que temos uma das maiores rendas per capita do País”, ressalta Silva. O Sincor-ES conta com cerca de 420 corretores associados.

Luiz Tavares, presidente do Sindseg-RJ/ ES, observa que as grandes oportunidades das regiões estão diretamente ligadas à dinâmica de desenvolvimento dos dois estados e, também, na crescente afluência de novos consumidores e demandadores de seguros, que é decorrência da melhoria dos padrões de renda das famílias. “Com mais renda disponível, a população passa a incluir, entre as exigências de seu consumo, a necessidade da proteção de seus patrimônios e de suas vidas e saúde”, completa o presidente. Segundo ele, corretores, sejam grandes, pequenos ou médios, continuam, e deverão continuar, a ser os principais canais de distribuição do seguro. “Abre-se, presentemente, a via da negociação e contratação eletrônica, canal que ainda tem muito a ser desenvolvido. Mas é importante destacar a presença do intermediário, pessoa física, que continua a ser uma necessidade ainda insubstituível, por mais que se evolua na sofisticação e facilitação dos meios eletrônicos para a contratação do seguro”, expõe. Atualmente o Sindseg-RJ/ES conta com 44 seguradoras associadas, somando as sediadas ou instaladas nos dois estados. Entre as ações da entidade, o presidente ressalta a identifi cação e busca de soluções para as carências da região, principalmente na área da segurança pública. “Exemplo disso é a parceria com o governo estadual do RJ, em iniciativas como a campanha “Viu algum carro abandonado? Denuncie”, que incentiva a população a colaborar no combate à atividade criminosa, mais especificamente na recuperação de veículos roubados ou furtados. Também se destaca o apoio do Sindicato à instalação e funcionamento do depósito de peças apreendidas em ferros-velhos e a manutenção do Pátio Legal, onde são guardados para devolução aos proprietários os veículos recuperados pela Polícia”, lembra Tavares.

 

especial RJ-ES | transporte

Complexo Portuário movimenta seguro de transporte

A soma das exportações e importações dos portos capixabas ultrapassarou os US$ 43,4 bilhões em 2011. Seguindo esse desenvolvimento, as apólices que protegem o carregamento de carga (em todos os modais) arrecadaram R$ 1,9 bilhão em prêmios até setembro deste ano

Gabriela Ferigato

O estado do Espírito Santo sedia um dos mais impor­tantes complexos portu­ários da América do Sul, que movimentou US$ 43,4 bilhões em 2011, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os portos capixabas exportaram US$ 30,9 bilhões e impor­taram US$ 12,4 bilhões, representando 14,3% e 7,2%, respectivamente, da movi­mentação financeira dos portos do Brasil. Comparado com o mesmo período de 2010, o crescimento foi superior a US$ 10 bilhões. No ano passado, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou 161,15 milhões de toneladas, o que equivale a 24,96% de toda a movimentação de mercadoria do País. Novos projetos estão previstos para a região, como é o caso do Porto Central de Presidente Kennedy, município do ex­tremo sul do Espírito Santo que, com um investimento previsto na casa dos R$ 4 bilhões, deve começar a ser construído no final de 2013. O projeto é para a constru­ção de um complexo portuário industrial de águas profundas e de classe mundial.

O Complexo Portuário do Espírito Santo se destaca pelo seu potencial de integração nos diversos modais de trans­porte. Para garantir todas as operações, o mercado de seguros reforça sua atuação no segmento, protegendo as cargas contra os mais diversos tipos de riscos. Segun­do relatório realizado pela consultoria Siscorp, baseadoem dados da Susep, de janeiro a agosto deste ano, o segmento de seguro de transportes arrecadou R$ 1.92 bilhão em prêmios, crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2011.

ParaJosé Geraldoda Silva, presi­dente do CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes), por ser uma área de alta tecnicidade, 90% dos riscos do setor são absorvidos por apenas 10 seguradoras, companhias vocacionadas e com especialização no segmento. “O seguro de transportes de cargas protege toda a estrutura de distribuição da cadeia logística, seja embarcadores, donos de mercadorias ou transportadores, nas viagens nacionais e internacionais que compreendem as nossas importações e exportações. Entretanto, ainda é inci­piente os prêmios das apólices de cargas arrecadados no Brasil, algo em torno de 3,4% do prêmio anual total”, afirma Silva.

A apólice abrange duas categorias: a de transporte contratada pelo dono da carga e a de responsabilidade civil contratada pelo transportador. De acordo com Adailton Dias, diretor de transporte e vida da RSA Seguros, o seguro de trans­porte internacional não é obrigatório por lei. A responsabilidade de contratação será definida nos contratos de compra e venda, os chamados Incoterms (Inter­national Commercial Terms – Termos Internacionais de Comércio). “Se um exportador brasileiro vende um produto com uma modalidade de Incoterms na qual há exigência do seguro, como é o caso do CIF (Cost Insurance and Freight), ele se compromete a entregar a merca­doria com a proteção”, ressalta Dias. O executivo explica que, a partir do momen­to em que o importador opta por fazer a apólice, o seguro acarreta em impostos que são recolhidos e o governo, por meio de um sistema de comércio exterior, ras­treia todos os componentes que fazem parte da formação do preço. “O seguro é uma variável na qual os importadores também devem pagar impostos e se hou­ver qualquer tipo de discrepância entre o valor informado e o valor efetivamente cobrado pela seguradora, o governo pode estabelecer uma penalidade”, completa o executivo da RSA Seguros.

No território nacional, tanto o seguro de carga como o de responsabilidade civil, são obrigatórios por lei e possuem características completamente distintas. “Um garante os danos causados a carga, ressarcindo o dono da mercadoria. Já o de RC, cobre danos à mercadoria em decorrência de um acidente no qual o veículo transportador foi responsável e que, consecutivamente, causou estrago à carga. Para cada um dos modais existe um seguro de responsabilidade civil”, destaca o executivo.

Há também uma apólice que ampa­ra todas as modalidades de transporte (multimodal), denominada “all risks”, ou conhecida também como “de porta a porta”. O seguro é contratado pelo dono da carga no território nacional. “Antes de fechar a apólice é importante que o cliente fale quais são as modalidades utilizadas, como funciona sua logística, quais são seus transportadores, para que, desse modo, a seguradora desenvolva uma apólice taylor made que contenha todas as necessidades do cliente”, pontua Dias.

Segundo Ricardo Beyer, gerente de transportes da Chubb, apesar de ser re­gulamentada pela Susep, a apólice de RC do Transportador Operador Multimodal ainda é imatura pela diversidade de ris­cos em cada modalidade de transporte. “São vias completamente diferentes que acumulam grandes chances de riscos”, expõe Beyer.

De acordo com Moacir Rodrigues da Silva, gerente do Grupo Interbrok, os principais itens a serem analisados na aceitação do risco no seguro de trans­porte são: mercadoria; embalagem; meio de transporte; origem/destino; valor em risco e gerenciamento de risco. “O valor do seguro oscila de acordo com a mer­cadoria. Encontramos taxas desde 0,03% até 0,275% do valor do produto”, pontua o gerente do Grupo Interbrok.

Segundo Beyer, atualmente a Susep se mostra muito mais atuante no mercado. Como exemplo disso, a autarquia apre­sentou a Resolução nº 247 de 2011, que determina que, a partir de dezembro deste ano, todas as companhias que trabalham com seguro de RC do transportador não poderão usar averbação simplificada.

Riscos Excluídos

São diversos os riscos excluídos no seguro de transporte, sendo que alguns deles são passíveis de cobertura por meio de pagamento de prêmio adicional.

De acordo com Mauro Camillo, dire­tor de transportes da Aon Risk Solutions, as coberturas usuais são ‘A’, ‘B’ e ‘C’. “A’ é a garantia mais ampla, a ‘B’ é interme­diária e a ‘C’ cobre basicamente danos causados às mercadorias decorrentes de acidentes com os veículos transportado­res. Essa última cobertura, normalmente, é contratada para garantir o transporte de peças ‘usadas’. Dependendo dos produtos existem também as cláusulas específicas, por exemplo, para produtos refrigerados, a granel, transporte de carne, de animais vivos etc”, explica Camillo.

Segundo Sergio Caron, líder da prá­tica de transporte e logística da Marsh Brasil, mesmo a mais ampla não oferece cobertura para determinados riscos. “Como é o caso de riscos de greve e atos

terroristas. Porém, se o cliente pagar um prêmio adicional ele passa a cobrir”, esclarece Caron. Em atos terroristas, por exemplo, a taxa adicional é de 50%. Ao todo são 20 exclusões no seguro de transporte de carga. Desse número, a maioria não é possível proteger mesmo com pagamento de taxa adicional. Alguns exemplos são: perdas decorrentes de radiação, vício próprio, atraso e insufici­ência da embalagem.

Gerenciamento de risco

Mairton Machado de Souza, vice-presidente de transportes da ACE Brasil, aponta que 70% dos eventos de sinistros no transporte de cargas podem ser evi­tados com medidas preventivas. “Pri­meiramente, nós estudamos a realidade do cliente com base na análise de casos já ocorridos e ainda por meio de nossa experiência. Em seguida, definimos quais são as melhores medidas para mitigar os riscos, considerando a operação em si e levando-se em conta os custos envolvidos na implantação das recomendações”, pontua Souza.

Várias soluções são analisadas entre as medidas para prevenir sinistros tais como: o rastreamento por satélite, rádio ou triangulação de antenas; sensores e atuadores; cadastro de pessoas e veículos; rotas e horários pré-programados; pontos de paradas adequados; modalidade de transporte; contenção de cargas; emba­lagens adequadas; técnicas de manuseio; escoltas em trechos determinados; entre outros. “O sistema oferece significativa proteção para todas as viagens, ainda que cada uma delas possua um grau de risco distinto. A assessoria é planejada de acordo com a necessidade de cada cliente e visa tanto a prevenção quanto o controle das perdas. O impacto na operação logística é o mínimo possível”, completa o executivo. O desvio de carga é o sinistro mais severo e, no mercado, é responsável por 65% das perdas.

Cabotagem

Um estudo realizado pelo ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain) indica que na esteira da retomada da indústria naval brasileira, o transporte de cabotagem no Brasil “caminha para um futuro promissor” e vive a expectativa de um aumento médio de 36% em volume de carga transportada nos próximos dois anos. No Brasil, a cabotagem responde por apenas 9% do transporte de carga, contra 37% da União Europeia e 48% da China.

De acordo com Aparecido Mendes Rocha, diretor da LógicaCorretora de Seguros,além dos benefícios econômi­cos, o transporte de cabotagem releva o aspecto social, já que a maioria dos aci­dentes ocorridos nas rodovias brasileiras, com vítimas fatais, envolvem veículos de transporte de carga. “A cabotagem

desperta muito interesse do mercado segurador, que acredita que esse sistema seja uma alternativa para o equilíbrio das contas do seguro no ramo de transportes. Com o modal hidroviário, espera-se redução da sinistralidade das apólices, que é medida considerando os prêmios recebidos e sinistros indenizados”, des­taca Rocha.

Mesmo com o reduzido número de sinistros na cabotagem, não significa que a taxa será mais barata, aponta Sério Caron, da Marsh. Segundo ele, é possível colocar mais de R$ 100 milhões de carga em um único navio. “O risco nesse mo­dal é menor, mas devido ao limite muito elevado a seguradora precisa comprar proteção e limite adicional, como em­préstimo em banco. A companhia opera com um limite automático que consegue atender a grande massa, mas nesse caso do navio, por exemplo, eu preciso de um limite muito alto e a taxa desse limite adi­cional é muito mais cara. Por isso, embora o risco seja melhor, nem sempre significa em um preço melhor”, esclarece Caron.

A apólice obrigatória para o processo de cabotagem é a de responsabilidade civil do transportador aquaviário de carga (RCA-C). O seguro garante cober­tura contra os riscos de causa externa, operações de carga e descarga, perdas e danos dos bens transportados em navios e embarcações. Estão cobertos também os riscos de naufrágio; encalhe; abalroação; colisão; explosão, incêndio, raio e suas consequências; ressaca e tempestade; mudança forçada de rota (arribada) e falta ao dever do capitão e tripulantes (barata­ria). A garantia é também observada nas ocasiões em que a mercadoria se encontra nos depósitos, armazéns e pátios usados pelo segurado durante o percurso.

De acordo com Ricardo Beyer, da Chubb, entre janeiro e agosto deste ano foram registrados R$ 7 milhões em prêmios diretosem cabotagem. “Asinis­tralidade no segmento é algo em torno de 30%, que é um bom número. Mas a cabotagem ainda engatinha no País”, conclui Beyer.

ICMS

Outro fator que irá interferir no se­guro de transporte é a nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo Aparecido Mendes Rocha, da LógicaCorretora de Seguros,a guerra dos portos, como ficou conhecida pelo embate fiscal entre os es­tados brasileiros, foi decidida por meio do Projeto de Resolução 72, aprovado pelo Senado Federal em abril desse ano. A partir de janeiro de 2013, será instituída a alíquota única de 4% para o ICMS para produtos importados, a exceção dos bens e mercadorias importadas sem similares produzidos no Brasil, e dos produtos com fabricação nacional que não atende à demanda interna.

Atualmente, o ICMS é tributado em 18%, sendo 12% no estado de origem, onde a mercadoria é desembarcada, e 6% no estado de destino, para onde é vendida ao consumidor. “Os estados que mais perdem com a nova regra do ICMS são Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina. No setor privado, as tradings companies [empresas comerciais exportadoras] são as mais afetadas com a perspectiva de evasão de clientes que usam seus serviços. Os distribuidores de diversos produtos importados, que usam o subsí­dio do ICMS como estratégia comercial de venda, também serão atingidos com a possibilidade de seus clientes importarem diretamente”, elucida Rocha.

Nos últimos seis anos, no período de janeiro a setembro, as trading companies aumentaram suas vendas externas em 110,3%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações passaram de US$ 7,763 bilhões para US$ 16,344 bilhões.

Nos primeiros oito meses de 2012, o estado do Pará liderou as vendas externas por meio das empresas comerciais expor­tadoras, totalizando US$ 5,2 bilhões, o que representou 32% do total exportado. Em seguida, destacam-se: Espírito Santo (vendas de US$ 2,1 bilhões; 13,3%). De acordo com o diretor da LógicaCorretora de Seguros,a guerra dos portos favorece de modo indireto a atividade de seguro. “Um dos fatores determinantes para a definição das condições de uma apóli­ce de transporte, refere-se ao percurso complementar rodoviário à viagem inter­nacional, entre o local de desembarque e de entrega das cargas. Com a unificação da taxa do ICMS, certamente os impor­tadores utilizarão portos, aeroportos e armazéns alfandegados mais próximos de seus estabelecimentos, alterando a logística anteriormente empregada”, finaliza Rocha.

Complexo Portuário do Espírito Santo

A história portuária do Espírito Santo tem sua origem no crescimento da cultura cafeeira na Província do estado, a partir de 1870, que tornou saturado o Porto de Itapemirim, então utilizado para o escoamento agrícola, essencialmente de cana de açúcar. Como alternativa, foram previstos embar­ques em outro atracadouro, denominado Cais do Imperador, na parte sul da Ilha de Vitória. Em 1906, o governo federal autorizou à Companhia Porto de Vitória (CPV) a implantação de novas instalações no mesmo local, ficando a cargo da empresa C. H. Walker & Co. Ltd. a execução de 1130 metros de cais. As obras foram interrompidas em 1914. AUnião en­campou a concessão dada à CPV e transferiu-a ao governo estadual, tendo sido a construção do porto retomada no início de 1925. Sua inauguração ocorreu em novembro de 1940, assinalando o começo do atual complexo portuário. Entre os principais portos do Complexo destacam-se: Porto de Vitória, Vila Velha, Tubarão, Praia Mole, Ubu, Regência, Norte Capixaba e Barra do Riacho. Matérias-primas e pro­dutos intermediários, como ferro e aço, minérios, celulose, café e mármore e granito são responsáveis por mais de 80% da exportação capixaba.

 

especial RJ-ES | microsseguro

Oportunidades de distribuição

Corretores e seguradoras buscam parcerias com ONGs e associações comerciais para incluírem microsseguro em produtos já ofertados por estas instituições – como em pacotes de benefícios para associados e em financiamentos de microcrédito

Jamille Niero

A parceria com ONGs, asso­ciações comerciais (ou de moradores) e instituições de microcrédito são boas formas de distribuir microsseguros em comuni­dades, uma vez que é mais difícil para corretores que não conhecem a comuni­dade entrar em contato com os potenciais consumidores destes locais. No Rio de Janeiro, por exemplo, a dificuldade está em conquistar a confiança dos moradores, resistentes a oportunismos surgidos com a pacificação de diversas comunidades.

Uma parceria que deu certo é da corretora Segna com a Acenape (Asso­ciação Comercial e Empresarial do Novo Alemão e Penha). Há aproximadamente 2 anos, os sócios Alexandre Papandréa e Silvio Guedes iniciaram um projeto de responsabilidade social junto à co­munidade do Complexo do Alemão e Penha – população estimada, hoje, em 650 mil pessoas. A Acenape é uma instituição associativa e representativa dos comerciantes, empresários e micro-empreendedores das comunidades que compõem estes dois complexos, sendo reconhecida pela Federação das Asso­ciações Comerciais e Empresarias do Rio de Janeiro (Facerj) e pela Confederação Nacional das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB).

O projeto consiste em oferecer aos associados planos de benefícios em duas modalidades. Aprimeira inclui seguro de acidentes pessoais com assistência 24h, plano odontológico, consultoria jurídica e contábil (ao custo de R$ 40 mensais) ea segunda dá direito ao mesmo pacote, exceto o plano odontológico (pelo custo de R$ 25 mensais). “Este é só o início de muitos outros produtos que serão comercializados através da associação”, comenta o sócio e diretor da Segna, Ale­xandre Papandréa. Os seguros (acoplados aos outros benefícios) são ofertados pelas seguradoras Mapfre e Zurich e o plano odontológico pela PrimaVida. “O grande trunfo deste projeto está na importância da associação comercial para aquela população”, aponta.

De acordo com ele, a grande moti­vação do projeto foi a percepção de que naquela região existia inúmeras oportuni­dades e possibilidades para contribuir em uma mudança social, oferecendo seguros com coberturas adequadas de acordo com àquela população e de forma que todos pudessem ter acesso.

Papandréa conta que o projeto recebe apoio de instituições como o Sebrae (Agên­cia de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário), além da prefeitura do Rio de Janeiro, Governo Estadual, SETUR (Secre­taria de Turismo), dentre outros.

A Acenape será o principal canal de distribuição destes seguros, uma vez que, segundo o diretor, a entidade tem obtido reconhecimento bastante expres­sivo dentro do planejado. A Segna está capacitando novos consultores de seguros para continuar a divulgação da Acenape e, consequentemente, a venda massificada dos seguros naquela região. “O importante é realizarmos uma mudança social, capacitando o máximo de cidadãos possível, que por algum mo­tivo não tiveram uma oportunidade até o presente momento”.

Associação com uma ONG que opera microcrédito foi uma estratégia de distri­buição semelhante que deu certo para a Mongeral Aegon. A seguradora lançou uma linha de seguros populares (o “Mi­nha Família”) em parceria com a Finsol, ONG operadora de microcrédito com atuaçãoem todo o Nordeste. Oproduto, disponível desde janeiro, foi desenvol­vido para atender famílias de micro-empreendedores que não possuem fácil acesso a linhas de créditoe seguros em400 cidades de quatro estados brasileiros onde a Finsol está presente: Pernambuco, Maranhão, Piauí e Ceará. Somente no mês de outubro foram vendidos mais de cinco mil planos. A expectativa até o fim de 2012 é atingir o equivalente a 80% da operação mensal de microcrédito, o que representa uma média de oito mil clientes individuais. “A estratégia é expandir para toda a região Nordeste e para outros municípios do Brasil”, destaca o superintendente de marketing da Mongeral Aegon, Leonardo Lourenço.

Ele explica que a distribuição desse tipo de seguro é sempre feita através de órgãos provedores de serviços financei­ros, voltados para atender o público de baixa renda (ou através de entidades que representem esse público).

“Sem dúvida, é preciso avaliar cui­dadosamente o perfil da população de cada região, a fim de oferecer um produto que atenda às necessidades dos clientes”, acrescenta o executivo. No caso da linha “Minha Família”, a Mongeral Aegon pen­sou em um pacote de benefícios de fácil acesso, para assegurar as necessidades básicas de renda e alimentação da família do microempreendedor por um ano em caso de falecimento.

A simplicidade na contratação e explicação do produto é essencial para o consumidor entender o que se trata e usufruir do seguro de forma correta. “O ‘Minha Família’ consiste em um livreto com todas as informações necessárias em uma só peça: o resumo geral das condições do seguro, os telefones para contato com as empresas, as datas em que ocorrerão os débitos na conta do segurado, os itens da cesta básica, núme­ro da sorte, entre outras informações”, exemplifica Lourenço.

Potencial a ser alcançado

– De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), 100 milhões de clientes em potencial poderão ser alcançados nos próximos 10 anos, sendo 40 milhões até 2016;

– O setor hoje movimenta R$ 109 bilhões em prêmios por ano e representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB);

– A expectativa é de que essa fatia aumente para 5% em 2012 e para 7% em 2014, números que deverão ser conquistados graças aos microsseguros, apólices de grandes obras, entre outros.

Confira abaixo algumas seguradoras que já têm iniciativas na região:

– BB Mapfre

O Grupo Segurador BB e Mapfre já oferece aos morado­res do Complexo do Alemão (RJ) o seguro familiar Mapfre Decessos Você Tranquilo, que garante um valor segurado de R$ 2.500 para a realização de um funeral para qualquer membro da família do segurado, além de 12 cestas básicas no valor de R$ 100 e assistência psicológica aos familiares.

Há também outro plano que, além da cobertura do fu­neral familiar, garante ao segurado uma cobertura de R$ 10 mil por morte acidental; e de outros R$ 10 mil por invalidez permanente total por acidente. Estão incluídas as mesmas 12 cestas básicas e a assistência psicológica à família.

O produto começou a ser vendido em outubro e já está pronto para ser registrado como microsseguro, tão logo a Susep abra essa possibilidade. O Grupo já protocolou o pedido de autorização na autarquia.

“Era exatamente o objetivo que perseguimos, de levar a essas populações um seguro que as atenda nas suas necessidades mais importantes, a um preço compatível com sua realidade. Fomos pioneiros no lançamento de seguros popu­lares e agora novamente podemos atuar de forma a ajudar essas pes­soas, inclusive gerando renda para os agentes de seguros locais”, pontua Bento Zanzini, diretor geral de Riscos e Pessoas do Grupo BB e Mapfre.

A expectativa é atin­gir de10 a20% da popu­lação local, num período de dois anos.

– Bradesco

Primeiro integrante do mercado segurador a proto­colar na Susep o pedido para operar em microsseguro, o Grupo Bradesco Seguros apresentou à Susep produto adequado às regras do novo segmento: o Microsseguro Bradesco Proteção em Dobro, que deve chegar ao mer­cado em até 60 dias após a aprovação da Susep.

No formato “combo” – residencial + acidentes pes­soais, acrescido de assistência funeral como benefício adicional –, o seguro foi desenvolvidoem conjunto pela Bradesco Auto/RE e a Bradesco Vida e Previdência, empresas integrantes do Grupo Bradesco Seguros. O custo para as duas coberturas não deverá superar os R$ 8,00 mensais.

A comercialização será apoiada por meio eletrônico – telefonia móvel e de POS (point of sales) -, tecnologia já utilizada pelo Grupo.

“Operar no segmento de mi­crosseguro é uma vocação natural do Grupo Bradesco Seguros. Nossa expectativa é apresentar os bene­fícios do seguro a milhões de brasi­leiros que ainda não tiveram acesso a esse mercado”, afirma Marco Anto­nio Rossi, presidente do Grupo Bradesco Seguros.

– Federal

Em parceria com o Grupo Federal Seguros, a Central Única de Favelas lançou, no final de setembro, um segu­ro popular na Cidade de Deus, no Complexo do Alemão e na Rocinha. A primeira apólice foi entregue para a mãe do rapper MV Bill na Cidade de Deus.

Os prêmios serão divididos em R$ 5 mil por Morte Acidental; R$ 5 mil por Invalidez Permanente por Aci­dente; R$ 1.000,00 para Auxílio Alimentação na falta do mantenedor em caso de acidente; e R$ 1.000,00 para Auxílio Funeral.

Além do Rio de Janeiro, o produto também chegou a São Paulo (em Paraisópolis e Capão Redondo); na comunidade Restinga, em Porto Alegre; em Fortaleza, na comunidade Lagamar; na Cinelândia, em Brasília; e em Osmar Cabral, no Mato Grosso.

 

especial RJ-ES | efeitos

Grandes projetos geram oportunidades

Empresas que prestam serviços para exploração do pré-sal e grandes empreiteiras representam negócios a serem conquistados pelos corretores e potencial a ser explorado pelo mercado. Como exemplos, seguros empresariais para proteger bens, benefícios e responsabilidade civil

Jamille Niero

O Governo Federal autorizou para maio de 2013 o leilão de 174 blocos para exploração em mar e terra e o primeiro leilão para concessões no pré-sal em novembro do mesmo ano. Em 2014, o País sediará os jogos da Copa do Mun­do e em 2016, as Olimpíadas. São boas oportunidades, especialmente para o mercado de seguros do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Estes dois estados estão entre os maiores produtores de petróleo no Brasil. Segundo dados da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), o setor de bens e serviços offshore (no mar) gerará mais de 42 mil vagas de empregos no País. Isso sem contar as chances criadas por em­presas terceirizadas que prestam serviços à Petrobrás. A estimativa é que para cada um dos 900 postos de trabalho diretos na estatal brasileira criados até 2015, serão necessárias outras três vagas indiretas para atender à necessidade do setor.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Julio Bueno, o Estado receberá muitos investimentos da cadeia de petróleo pela mão de obra qualificada e localização próxima à produção. “O Rio de Janeiro possui vocação natural para atrair in­vestimentos na área do petróleo, por ser o maior produtor nacional, e agora vem recebendo empreendimentos do segundo e terceiro elo da cadeia de fornecedores, tanto da indústria naval, como nos seg­mentos de apoio à indústria offshore”, diz. Como exemplos, as empresas GE Celma, Turbomeca e Rolls Royce – especialistas em montagem e manutenção de turbinas para a aviação e o setor de óleo e gás –, que estão investindo R$ 235 milhões em expansões ou novas unidades. Juntas, as três empresas gerarão cerca de 650 empregos diretos e quase 2 mil indiretos.

Já no Espírito Santo, a instalação do Complexo Petrobras Gás-Químico nas cidades de Linhares e Aracruz deverá gerar investimento de R$ 7 bilhões, 6 mil empregos na construção e de500 a800 na operação, com projeto de produ­ção de fertilizantes nitrogenados (como uréia e amônia), metanol, ácido acético (para a fabricação de tintas e vernizes), ácido fórmico (usado na indústria do couro) e melamina (usado na produção de utensílios domésticos). Segundo a Se­cretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo, existem no estado mais de 1,1 mil fornecedores cadastrados para atender demandas da Petrobras. Além disso, em 2011, as empresas capixabas forneceram mais de R$ 4 bilhões para a Petrobras e mais R$ 4 bilhões para a Vale. A produ­ção deve chegar a 500 mil barris/dia até 2015. Cálculos do Programa de Mobili­zação da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) estimam que o setor necessitará de mais de 200 mil trabalhadores, dos quais cerca de 3 mil são para o Espírito Santo.

“No caso da Petrobras, a estatal exi­ge que prestadores de serviço ofereçam cobertura de vida e plano odontológico para seus colaboradores”, aponta o diretor executivo de vendas da MetLife, Márcio Magnaboschi. Ele conta que a seguradora já tem entre suas parceiras nestes dois estados 20 corretoras especializadas em ramos ligados a obras de infraestrutura e, principalmente, ao setor de óleo e gás. A regional deverá ser responsável por 40% do faturamento de empresas clientes li­gadas ao setor de óleo e gás. Desde2008, aMetLife tem investido principalmente em Macaé, onde estão sediadas muitas empresas que prestam serviços ao setor de óleo de gás. “A maioria delas começou como micro ou pequena, com cerca de 10 funcionários, e hoje muitas já con­tam com 500, até 1.000 colaboradores”, destaca.

De acordo com Magnaboschi, este segmento gera empregos que exigem profissionais bem qualificados, com altos salários e que exigem benefícios melho­res, gerando ótimas oportunidades para os corretores oferecerem os produtos que integram este portfolio, como seguros de vida, saúde, odontológico e previdência privada. Uma dificuldade que pode ser encontrada pelos novos segurados é a falta de rede credenciada – como médicos e dentistas -, uma vez que as cidades onde estão crescendo esses novos pólos estão longe dos grandes centros e, portanto, tendem a ter poucos profissionais da saúde instalados no local. A tendência é que com o crescimento da população local, esses profissionais também vejam oportunidades e sejam atraídos. “Temos feito trabalho de aproximação com a rede credenciada e notamos que muitos profis­sionais do Rio de Janeiro, por exemplo, estão indo para lá (em Macaé). Eles têm o nosso apoio, mas não é algo que mude da noite para o dia”, alega o executivo.

Demanda

A demanda gerada pela produção do petróleo vai desde empresas especiali­zadas em limpeza, segurança e forneci­mento de alimentação até aquelas que se dedicam à tecnologia para extração. Com muitos colaboradores vindos de outras cidades e até mesmo de outros estados, eles precisarão de estadia. A expectativa é que a procura por casas alugadas, por exemplo, aumente. E com isso surge a oportunidade de comercializar produtos que garantam o aluguel e até mesmo a proteção para residências. É provável que a presença de veículos também cresça, aumentando a quantidade de novos con­tratos de seguro automóvel – não só para uso particular, mas também das frotas das empresas.

“Acreditamos que esses eventos melhorem a economia local. É sabido que haverá contratação de todo o tipo de serviços, melhoria na renda da popula­ção e refletirá na contratação de seguros residencial, auto, vida etc.”, reflete Luiz Macoto, diretor executivo da Yasuda.

De acordo com os especialistas entrevistados, diferentemente dos pro­fissionais do Rio de Janeiro, onde há maior concentração de grandes correto­ras, com maior experiência em grandes contratos e foco empresarial, a maioria dos corretores do estado capixaba tinha como característica o foco em clientes pessoa física. “Isso era realidade no pas­sado, hoje a situação está se invertindo”, demonstra Gustavo Caldas, da Escola Nacional de Seguros.

Prova disso é a capixaba Banestes Corretora. O diretor-presidente da em­presa,Carlos Alberto da Silva, conta que embora a economia local tenha se desenvolvido bastante desde o inicio da exploração de petróleo no estado – em meados de 2000 -, a carteira de seguros não seguiu o mesmo ritmo. Com os novos investimentos, o mercado de seguros deve acompanhar essa evolução e a empresa quer seguir o desenvolvimento. De olho em todas estas oportunidades, a corretora resolveu buscar novas segu­radoras parceiras e se especializar em mais produtos, uma vez que a principal parceira, a Banestes Seguradora, é mais voltada para os ramos de vida e automó­vel. “Este ano começamos a ter contato mais próximo com grandes seguradoras, especialmente as que trabalham com riscos de engenharia e garantia, ramos nos quais precisamos ter conhecimento maior. Estamos aprendendo coisas que não tínhamos hábito de trabalhar e am­pliando horizontes”, salienta Silva.

Na visão das seguradoras, o corretor pode explorar mais esses outros ramos de seguros. Para isso, muitas têm investido na ampliação da equipe comercial para dar apoio aos corretores e treinamentos específicos sobre novos produtos para corretores parceiros ou interessados em iniciar uma parceria. “Os nossos gerentes são treinados para visitar clientes junto com o corretor que não se sente seguro”, salienta Sérgio Brito, superintendente comercial varejo RJ/ES da Tokio Marine. A seguradora já soma R$ 14 milhões em prêmios da carteira de riscos de engenha­ria nos dois estados de janeiro a setembro deste ano. Boa parte é reflexo das obras de infraestrutura.

Copa e Olimpíadas

Além da expansão do mercado ge­rada pelos investimentos na exploração do pré-sal, a preparação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas também são destaque. Especialmente porque os dois eventos serão realizados no Rio de Janeiro – a cidade carioca será palco da final do mundial em 2014 e sede dos jogos em 2016.

Conforme dados de relatório pro­duzido pela consultoria Grant Thornton International (International Business Re­port 2012), os empresários brasileiros es­tão otimistas com o impacto da Copa do Mundo em 2014 na economia local – 74% dos executivos consultados acreditam que a economia brasileira vai crescer ao sediar o mega evento. Na opinião deles, os setores de turismo (58%), construção civil (16%) e infraestrutura (14%) serão os mais beneficiados.

“O Rio de Janeiro tem o maior vo­lume de investimentoem infraestrutura no Brasil, recebendo verbas federal, estadual e municipal”, aponta o vice-presidente comercial da SulAmérica, Matias de Ávila. As oportunidades geradas para o mercado de seguros por estes investimentos são similares às geradas pela exploração do pré-sal. “Todas as vezes que há investimentos em infraestrutura, as oportunidades são grandes em todos os segmentos, porque temos que amparar as pessoas. Há pessoas que prestam serviços para grandes empresas e elas precisam de moradia, locomoção e todo o planeja­mento financeiro”, indica Ávila.

Denise Carvalho,diretoracomercial de seguros gerais da Zurich para o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Centro-Oeste, destaca ainda os seguros de responsabi­lidade civil profissional do prestador de serviço, como empreiteiras, empresas de contabilidade, agências de turismo etc. “Com o investimento de empresas estran­geiras, há a exigência pelo padrão mun­dial de serviços, aumentando o interesse pelas linhas de D&O”, explica Denise. No caso da construção (ou ampliação) dos estádios, as grandes empresas contratadas para realizar as obras acabam terceiri­zando alguns serviços para empresas menores. “Todas elas são obrigadas, por fazer parte do consórcio e conforme exigência da licitação, a adquirir seguro de vida para os funcionários”, esclarece Alfeo Marchi, diretor comercial de vida & previdência Rio de Janeiro/ Espírito Santo da Zurich. Ele lembra que para os grandes eventos esportivos é obrigatório, conforme determina o Estatuto do Torce­dor, o seguro que cubra morte e invalidez. “Acredito que está demanda repercutirá até2020”, acrescenta Marchi.

 

regulamentação | impactos

Reflexos da extinção do custo de apólice são incertos

Estimativas indicam que a carteira de automóvel, a maior do mercado, sentirá maior impacto, chegando a aumento de até 10% do prêmio. Porém, outros fatores podem contribuir para prêmio maior

Jamille Niero

Em outubro, a Susep vedou a cobrança do custo de emissão de apólice enquanto receita específica. A medida passará a valer a partir de 1º de janeiro de2013. Aregra foi definida baseada em análise feita por um Grupo de Trabalho da autarquia, que apontou não haver justificativa para a manutenção da taxa fora do prêmio. Conforme dados da Susep, o total do valor arrecadado com esta cobrança foi de R$ 1,7 bilhão em 2011 e R$ 485,3 milhões até março deste ano. Anterior­mente, a autarquia havia reduzido o teto da cobrança do custo de apólice de R$ 100 para R$ 60.

Em entrevista à Revista Apólice durante o XV Conec, o presidente da Fenacor, deputado federal Armando Vergílio, estimou que o fim da cobrança do custo de apólice poderá elevar em até 10% o prêmio do seguro automóvel em 2013. Outros executivos do mercado consultados pela Apólice concordam que o ramo de automóvel – a maior carteira do mercado segurador brasileiro – é o que mais sofrerá impacto, mas afirmam que ainda não é possível calcular em quanto o custo será elevado. De acordo com dados do Siscorp, o ramo automóvel gerou mais de R$ 15 bilhões de prêmios emitidos diretos de janeiro a agosto deste ano. O crescimento é de 15% em relação ao mesmo período de 2011. Esta carteira representa 50,8% do mercado.

“A resolução diz que o custo não poderá mais ser cobrado apartado. Há a necessidade de se fazer um ajuste; será incorporado ao prêmio, mas não dá pra dizer se vai refletir em aumento. É algo que será avaliado pelas seguradoras e estamos estudando formas para que o consumidor não seja onerado em função dessa medida”, diz o diretor executivo da Fenseg, Neival Freitas. Segundo ele, a Fenseg ainda não deu nenhum tipo de orientação sobre o assunto às companhias associadas.

A explicação dada pelos segura­dores é que a taxa de custo de emissão de apólice é apenas um dos fatores que formam o valor do prêmio. Entre os outros fatores, especialmente no caso do automóvel, estão o custo de reposição do bem e das peças, da mão de obra, o aumento da criminalidade, furto e roubo etc. “Se esses fatores aumentam, temos que aumentar o preço do prêmio. Ou seja, ele será variável como sempre foi. Existem seguradoras que mudam a cada 15 dias, algumas mudam mensalmente. O custo de emissão é mais um componente”, justifica o diretor executivo comercial da Marítima, Mario Jorge Pereira.

De acordo com ele, caso haja real­mente o aumento de 10%, como estimou Vergílio, estes outros fatores também serão responsáveis – e ainda “depende muito da região do País”.

Ressarcimento

Este mês, a Associação Nacional de Assistência ao Consumidor e ao Traba­lhador (Anacont) entrou na Justiça contra duas seguradoras que cobram a taxa, segundo reportagem publicada no jornal “O Dia”. Anteriormente, a entidade já havia ganhado processo para suspender o débito da emissão da apólice, conforme decisão do Juizado Especial de Niterói. Na ocasião, o consumidor ganhou R$ 1.100 — valor referente a devolução da taxa e a danos morais. O advogado JoséRoberto de Oliveira, presidente da Asso­ciação, estima que com o fim do débito determinado pela resolução, a tendência é de que os segurados passem a pagar menos e, “como a resolução veda a co­brança da emissão da apólice, nada mais justo do que requerer o que já foi pago. Por isso, o segurado deve entrar com a ação. Cabe ainda pedir dano moral por cobrança indevida”, explicou o advogado.

Para Freitas, da Fenseg, é improvável que haja mais casos semelhantes. “A co­brança não era ilegal. O custo de apólice existe desde 1935 e era cobrado em cima de valores aprovados pela Susep”, aponta.

Na visão do advogado Antonio Pen­teado Mendonça, especialista em seguros, uma regra jurídica básica define que a norma só vale da sua ediçãoem diante. “Querdizer, não há retroatividade da sua aplicação”, esclarece. No entanto, é difícil prever como a justiça enxergará mais casos como estes e se ela pode decidir o contrário. “Se tiver que devolver tudo o número pode ser alto, mas vai além das seguradoras, pois os corretores recebiam uma parte”, alerta Mendonça. E caso ocorram mais pedidos de ressarcimento, eles deverão ser julgados “ação por ação”.

Para a advogada Angélica Carlini, caso ocorram mais demandas judiciais de cobrança de ressarcimento, será sempre negativo para as seguradoras, “porque conflitos judiciais nunca são a melhor forma de se relacionar com os segurados”. Além disso, segundo ela, incidirão custos administrativos e judiciais desnecessá­rios, que impactam negativamente na atividade securitária.

Em nota, a Superintendência esclare­ce que “a Resolução CNSP Nº 264 veda a cobrança do custo de apólice numa rubrica em separado do prêmio. A norma terá vigência a partir de 1º de janeiro de 2013 e não dá direito a qualquer ressarci­mento, uma vez que a cobrança realizada até 31 dezembro de 2012 é permitida pela legislação”.

Vida

O mercado de seguro de vida não deverá sentir impacto da extinção do custo de apólice. Isso porque, atualmente, cerca de 80% a 90% da produção de seguro de vida é formada por apólices coletivas. “Em apó­lices coletivas não é cobrado o custo de apólice, porque o seguro é descontado em folha de pagamento. Como fazer para distribuir o custo de apólice para os empregados? Por isso, a postura do mercado é de não ter custo de apólice em seguros coletivos de vida em grupo” esclarece o presidente do CVG-SP, Osmar Bertacini. De acordo com ele, os seguros de vida que têm custo de apólice são apenas os individuais, que representam uma porcentagem muito pequena no mercado de vida.

Segundo dados da Fenaprevi, de janeiro a junho deste ano o ramo vida arrecadou mais de R$ 520 milhões na modalidade individual e cerca de R$ 4,8 bilhões na modalidade coletiva.

 

economia digital

Um rio de modernidades

Por Thais Ruco*

O Rio de Janeiro está se preparando para ser sinônimo de segurança, pelo menos no ambiente online. Todoo Brasil participade um processo de desmaterialização de documentos, pois a tecnologia ajuda a reduzir o uso do papel e a tornar os ambientes de trabalho mais seguros, ágeis e econômicos. No caso do Rio de Janeiro, o governo implantou um projeto que prevê que 85% de todos os processos administrativos sejam tramitados digitalmente nos próximos cinco anos. Os processos em papel dificultam o acesso à informação e a colocam em risco. De acordo com informações da Casa Civil do Estado do Rio, antes se gastava até 12 meses para processar a aposentadoria de um servidor e hoje, com a digitalização, o tempo é de 30 minutos no máximo.

Além da agilidade e maior controle do fluxo de informações em todo o estado, o documento digital vai proporcionar economia significativa ao governo, estimada em R$ 127 milhões em 10 anos, somente com papel, além do trabalho de motoboys e espaços utilizados por diversos órgãos públicos para guardar processos, inclusive em áreas nobres da capital.

Esses dados comprovam a importância da des­materialização de processos para a “economia verde”, tema da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente promovida pela Organização das Nações Unidas, em junho, no Rio de Janeiro – a Rio + 20. Há quase 20 anos, quando foi realizada a ECO-92, também no Rio de Janeiro, um dos temas em debate era o desafio de se aliar tecnologia, sustentabilidade e meio ambiente. Hoje vemos consolidada a tecnologia da certificação digital como uma eficiente solução.

O estado do Riode Janeiro tem outras ações de vanguardas, entre as mais recentes está a implantação das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), que estão oferecendo recursos poderosos para criar e ampliar conhecimentos ministrados em salas de aula presenciais ou virtuais.

Alinhado a essas tendências, o mercado de seguros irá colaborar para a evolução do estado. O Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Janeiro (Sincor-RJ) aposta na segurança digital e está em fase de creden­ciamento de sua Autoridade Certificadora, que terá como nome AC Sincor Rio. O processo é feito em convênio com a Rede ICP Seguros, que credencia na ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Bra­sileira) Autoridades Certificadoras e seus pontos de distribuição, Autoridades de Registro.

Os corretores de seguros já lideram o mercado de Autoridades de Registro, que atendem ao público na emissão de certificados digitais, com 119 pontos em 75 cidades brasileiras. O Sincor-SP foi a entida­de pioneira a apostar na área de certificação digital com uma Autoridade Certificadora própria. O caso de sucesso inspirou profissionais de todo o País, e a Fenacor também está em processo de credenciamento de sua AC, como oportunidadee atendimentonos outros estados.

O Sincor-RJ está empenhado na divulgação desta oportunidade para que os corretores de seguros asso­ciados invistam antes que os de outros estados montem suas instalações técnicas (filiais de Autoridades de Registro) por lá, o que já começa a acontecer. Esta é uma estratégia até mesmo de proteção da carteira de seguros dos associados, para que seus clientes não se­jam atendidos por outros corretores quando precisarem emitir um certificado digital.

Diretores do sindicato que coordenam a implanta­ção da AC Sincor Rio estão investindo em Autoridades de Registro próprias. Em outubro, a entidade promoveu o IV Enconseg, maior e mais importante evento do setor de seguros do Rio de Janeiro. Novidades tecno­lógicas e expectativas de crescimento para o mercado de seguros no Brasil foram a base das conversas. Assim que foi anunciada a AC Sincor Rio, no evento, o sindicato cadastrou 80 corretores de seguros que desejam ser credenciados como ARs.

Tanto no mundo dos negócios como em tecnolo­gia, está na frente quem consegue projetar o futuro logo que são demonstrados seus primeiros sinais. Atento, o Rio de Janeiro está cada vez mais moderno e seguro.

 

palavra do corretor

 

O mercado de seguros está mudando num piscar de olhos!

 

Por Gustavo Cunha Mello*

 

Perceber a dinâmica das mudanças é uma necessi­dade para todos nós. Viver atualizado é uma questão de sobrevivência no mercado de seguros, e uma maneira de visualizar melhor o nosso futuro, já que os novos tempos exigem uma nova postura de pensamento e atitude. Quem estiver melhor posicionado e adaptado às mudanças terá vantagem.

Por outro lado, mudanças podem acontecer por razões inesperadas e incontroláveis ou por razões planejadas e premeditadas. Será que podemos nos organizar para controlar essas mudanças? Será que não está na hora da humildade e união de todos?

Cabe lembrar algumas mudanças recentes, ocorridas ao longo deste ano: a eliminação do custo de apólice, a saída da SUSEP e do IRB como mante­nedores da Funenseg (ESNS), uma fiscalização mais rigorosa por parte do Tribunal de Contas e da SUSEP da destinação dos recursos do DPVAT, o crescimento e a dificuldade no combate ao seguro pirata, a atuali­zação da norma do seguro de Responsabilidade Civil, a proibição da restituição de comissões docorretor à seguradoraadequando-se ao Código Civil, e a Susep passando a controlar gratuitamente o cadastramento dos corretores. E não mencionei aqui as mudanças nas seguradoras, novos entrantes, parcerias e alterações de controles acionários, produtos etc.

E o que ainda está por vir?

1) A Segurobrás:

A presidente Dilma Rousseff sancionou no dia 30 de agosto a Medida Provisória 564 com a possi­bilidade de a Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF), chamada pelo setor de Seguro­brás, concorrer com as empresas privadas, conforme o texto aprovado no Congresso. O Palácio do Planalto, numa medida leninista, também manteve a possibili­dade da Segurobrás fornecer seguros ou garantias a órgãos públicos com dispensa de licitação. O governo federal quer dar mais fôlego para as empreiteiras que fazem grandes obras de infraestrutura no país e para os exportadoras, que viam nos custos de seguros e garantias para obtenção de financiamento gargalos para o desenvolvimento do mercado. Aqui trata-se de uma tremenda falta de comunicação e conheci­mento, por parte do mercado segurador e sobretudo pelo governo federal. Os corretores se omitiram e os seguradores não souberam montar um discurso técnico e adequado. Na medida do “O Estado sou eu”, célebre frase de Luis XIV representando o ab­solutismo, o governo prefere dar ouvidos às mentiras de algumas empreiteiras à beira da bancarrota que não conseguem garantias por motivos óbvios. Por outro lado temos uma baixa procura das seguradoras para aprovarem, na SUSEP, uma elevação de seu limite de retenção atualmente em 3%, o que elevaria a capacidade do mercado. Atualmente, pelos meus cálculos temos uma capacidade de assumir mais de R$ 1 trilhão em riscos, supondo o limite máximo e a aprovação de pedidos de aumento no limite de retenção. As obras do PAC ficaram muito longe dessa demanda ao longo da última década. Enfim, a Segurobrás é desperdício de dinheiro público, e uma contradição em si, como dar garantia para si próprio.

2) Lei Geral de Seguros:

No dia 31 de outubro ocorreu mais uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, promovida pela Comissão Especial sobre Normas Gerais de Contra­tos de Seguro Privado, para analisar o Projeto de Lei 3555/04, de autoria do então deputado José Eduardo Cardozo (PT/SP), em 13/05/2004, que estabelece novas normas para o setor e revoga dispositivos dos códigos Civil e Comercial sobre o assunto. Nesta reu­nião ficou aprovado o requerimento do Sr. Armando Vergílio pela realização de Seminário “Lei Geral do Seguro”, no dia 8 de novembro de 2012, para debater o Projeto.O texto do projeto de lei prevê a participa­ção do segurado nas fases de regulação do sinistro e de definição do valor da indenização, a anulação do contrato quando qualquer uma das partes souber que o risco é inexistente (o seguro é inócuo) e a in­terpretação favorável ao segurado quando o texto do contrato gerar dúvidas, aprovação de seguro parcial do interesse segurado, prevê a figura de agentes na venda de seguros (artigos 39 e 40).

3) Normas que regulamentam a atividade da corretagem de seguros:

Com objetivo de dar maior autonomia aos corre­tores de seguros, bem como atualizar e regular even­tuais falhas e lacunas de mercado, concatenar normas esparsas e dar dinamismo à atuação do corretor de seguros,a SUSEP constituiu um grupo de trabalho que está buscando montar o texto de uma norma que regulamente a atividade dos corretores de seguros.

4) Circular do Seguro Garantia

O mercado ainda segue a Circular 232 de 2003, mas todos aguardam – desde o último trimestre de 2011 – a publicação de uma nova norma, mais atual, que já está pronta na SUSEP. Tem como principal alteração as adequações à lei das licitações 8.666/93 (com as alterações da Lei nº 8.883/94, Lei nº 9.032/95 e Lei nº 9.648/98) que inclui clausulados distintos para garantias públicas e privadas, bem como a in­clusão de despesas trabalhistas como cobertura no primeiro caso.

5) Circular de Riscos de Petróleo:

A Superintendência de Seguros Privados, em agosto de 2012, decidiu realizar consulta pública para estabelecer novas regras e critérios para operação das coberturas oferecidas no seguro de Riscos de Petróleo. O objetivo é adequar as normas vigentes à dinâmica desta atividade, ampliando o rol de coberturas possí­veis a serem comercializadas. A norma atual data de 1987 e prevê cobertura utilizando a antiga tarifa de cascos marítimos. A Petrobrás, maior consumidor de seguros do País, e maior interessada nesta alteração, ainda almeja um encontro mais estreito com a SUSEP para participar do debate desta questão. No entanto, o curto prazo até 14 de setembro dado para recebimento de sugestões na audiência pública já se esgotaram. No entanto, a suposta nova norma ainda não foi publicada.

Enfim, é muita mudança num mesmo ano! E se me perguntarem: Para onde vamos? Você acha que melhorou ou piorou o cenário? Respondo: “Só sei que nada sei” parafraseando o filósofo Sócrates quando da sua defesa no julgamento que o condenaria à morte, em Atenas, em 399 ac..Pois ainda temos que digerir toda essa informação, bem como aguardar a conclusão dos fatos. Mas vale a sugestão de uma maior participação de todos nós, os maiores interessados.

comunicação e expressão

“Já chegou, bem?”…

Por J.B. Oliveira*

Esta é uma daquelas perguntas que fazem ferver o sangue de qualquer homem!

Depois de um dia massacrante, duro, complicado e cansativo, ele se arrasta penosamente até sua casa e, mal abre a porta, ela abre a boca:

– Já chegou, bem?

Às vezes, o pobre coitado chega molhado como um pinto. A pergunta, então, inevitavelmente, será:

– “Tá” chovendo?

Tais perguntas, consideradas idiotas ou cretinas (no antigo “O Cruzeiro”, Millor Fernandes, que então usava o pseudônimo de Vão Gogo, mantinha uma coluna chamada “Ministério das Perguntas Cretinas”), não são tão idiotas assim e têm uma finalidade subliminar! Elas envolvem mensagens não faladas e, portanto, não perce­bidas pela mente racional. São, na verdade, uma consulta disfarçada ao “termômetro emocional” do interlocutor.

Se, em resposta ao “já chegou, bem?” ele disser: “Não, sua anta, mas deixe a porta aberta que vou chegar já, já!” a mulher compreende que o momento não é propício para dialogar. Se, porém, a resposta for: “Pois é, meu bem, o trânsito estava tão bom que não parei nenhuma vez!”, a mensagem subliminar por traz dessas palavras informa que ele está aberto à conversa!

Toda mulher sabe que, quando o homem não quer falar, não adianta insistir. Tudo o que vai conseguir arrancar dele serão meros grunhidos ou, no máximo, alguns monossílabos inexpressivos. É da natureza masculina fechar-se em si mesmo quando preocupado, tenso ou aborrecido. Exatamente o oposto da mulher, que, nessas circunstâncias, quer falar, conversar, “botar pra fora”…

Essa forma de “auscultação do sentimento emo­cional” é praticada muito mais vezes do que possa parecer, e nas mais diversas situações, por muitas pessoas, senão por todas!

Considere este caso corriqueiro: andando pela rua, alguém vê um cidadão parado ao lado de um carro com o pneu arriado. Ah! A pergunta salta sozinha da garganta:

– Furou o pneu?

Se a áspera resposta for: “Não, não, absoluta­mente! Eu é que tirei a válvula, porque adoro ver o pneu assim no chão, arriado!” a conclusão é que ele não quer ajuda! Porém, se ele disser: “Pois é, furou o pneu, eu estou sem macaco e tenho que visitar um cliente importante daqui há pouco!”

Pronto! Ele disse – sem dizer – que está disposto a aceitar ajuda. Normalmente o outro dirá algo como: “Meu vizinho tem, na garagem, um carro igual ao seu. Vou ver se ele pode emprestar o macaco para resolvermos essa situação”!

A intenção oculta nesse estranho procedimento comunicacional é evitar atritos, agressões verbais, ofensas ou constrangimentos, que decorreriam de uma “resposta atravessada” da outra parte. Existem outras modalidades de “comunicação não explícita” que têm o mesmo objetivo. E envolve a mulher…

Rei e filósofo, Salomão afirma em Provérbios, capítulo 14: “Toda a mulher sábia edifica a sua casa”, com isso indicando que cabe a ela o cuidado de manter o edifício matrimonial. E, instintivamente, ela faz isso, buscando o melhor momento e a melhor maneira para falar, especialmente sobre assuntos delicados. Ela sabe que aquilo que criaria uma guerra em certo momento e dito de determinada forma, pode ser aceito com serenidade em outro. Ao entrar, por exemplo, em um ambiente escuro, o homem dirá: “Acenda a luz!” en­quanto a mulher falará: “Está escuro aqui, não?” Ele, ao usar o verbo no imperativo, deu uma ordem, que, se não cumprida, gerará conflito. Ela, entretanto, apenas insinuou, deu uma sugestão. Em consequência, seu não cumprimento não trará maiores consequências…

Isso faz a mulher sábia, diz Salomão. Porém, ele próprio fala daquela que não tem – ou não usa essa virtude – por quatro vezes nesse mesmo livro, com termos semelhantes a estes: “O gotejar contínuo no dia de grande chuva, e a mulher rixosa, uma e outra são semelhantes”!

Por isso, cabe um acréscimo à celebre frase de Chacrinha: “Quem não se comunica – bem, de forma e hora certas – se trumbica”!

Clique aqui é baixe o PDF da Revista Apólice Edição 169

 

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