Quando foi convidada para participar na campanha da Caixa Geral de Depósitos, a fadista Mariza quis fazer um seguro para a sua voz, mas isso não passou de uma intenção. No dia em que se celebra mundialmente a voz, o DN foi à procura e concluiu: os seguros às cordas vocais ainda não são uma realidade em Portugal. Quer por parte de quem quer fazer um seguro, quer por parte de quem poderia oferecer o serviço. Ou seja: as seguradoras.
Mesmo no meio artístico – em que muitos cantores ou actores precisam da voz para trabalhar – esta não é uma preocupação dominante. O cantor Carlos do Carmo ou ainda José Cid são exemplos de artistas portugueses que não sentem necessidade de fazer seguros específicos para a voz.
De todas as seguradoras contactadas pelo DN – AXA, Zurich, Tranquilidade, Fidelidade, Mundial, Liberty e Allianz – apenas esta última oferece esse tipo de serviço. “Este risco de perda de voz está incluído no seguro de acidentes pessoais individuais”, explica fonte oficial da seguradora ao DN. “Porém, até à data não tivemos qualquer pedido para esse risco específico”, explica a seguradora.
A Fidelidade Mundial, SA, a maior seguradora portuguesa, garante que “este tipo de seguro só existe no mercado inglês e americano”.
E de fato, viajando até ao outro lado do Atlântico ou nas terras de Isabel II, as hipóteses são várias: Bruce Springsteen e Rod Stewart – que seguraram a sua voz em seis milhões de euros – são exemplo disso. Ou a atriz Marlene Dietrich, que já nos anos 50 fez um seguro para proteger a sua voz avaliado em mais de 700 mil euros. Valor muito elevado para a altura.
Apesar de nunca ter sido solicitado este tipo de seguro, caso aconteça, a Allianz já tem preços definidos: “No caso de um cantor lírico ou de música ligeira, o prêmio anual seria de ? 478,47 euros. Este prêmio cobre invalidez permanente, parcial ou total e grande invalidez.”
DN Ciência – Portugal
