O Brasil foi o motor do negócio segurador na região da América Latina. É o que aponta o estudo “Evolução do mercado segurador latino americano 2003-2013”, elaborado pela Fundación Mapfre, mostrando que no País o segmento é, desde 2004, o de maior volume de prêmios da região, e seus lucros, por prêmios, se multiplicaram seis vezes mais na última década, superando os US$ 10 milhões em 2003, para US$ 67,3.
O documento, que analisou os dados estatísticos agregados de 18 mercados seguradores da região no período e os fatores que influenciaram sua evolução, mostra ainda que o seguro de vida foi o principal impulsionador do setor no Brasil durantes estes anos, cujo crescimento real sempre foi superior ao da economia. Inclusive, quando em 2009 o País sofria as consequências da crise financeira internacional, este ramo registrou alta de 18,8%.
Na evolução do seguro brasileiro, nos últimos dez anos, o VGBL teve influência significativa, já que foi o principal impulsionador do crescimento do setor segurador de um modo geral e do ramo de Vida devido a alguns incentivos fiscais que atraem recursos procedentes de fundos de investimento e de pensão. Em 2013, este tipo de seguro alcançou a cifra de R$ 62, 2 milhões (US$ 28,8 milhões), apresentando aumento nos lucros de 4,5%, em moeda local. O desenvolvimento fez com que o produto passasse a acumular share de 23% em 2003 para 43% em 2013.
Outro item que deve ser considerado ao analisar a evolução do Seguro de Vida no Brasil, segundo o levantamento, é o papel da oferta combinada de produtos bancários e seguros na sua distribuição.
Já nos ramos Não Vida, o comportamento foi mais desigual. Exceto o exercício de 2009, que registrou uma queda de 1,5%, este segmento manteve uma tendência constante de crescimento real, alcançando taxas que nem sempre superaram o aumento do Produto Interno Bruto (PIB). Os fatores que influenciaram a evolução positiva foram o aumento das vendas de veículos novos, que apesar da forte concorrência nas tarifas propiciou o desenvolvimento do Seguro de Autos; a expansão dos seguros de garantia entendida vinculados à venda de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos; e ao aumento do investimento em infraestrutura, devido aos grandes projetos iniciados (Mundial 2014, Jogos Olímpicos 2016 e exploração do pré-sal) que favoreceu o crescimento dos ramos de Patrimoniais, Caução e Responsabilidade Civil, entre outros.
América Latina
O mercado segurador da América Latina registrou um comportamento muito positivo nos últimos dez anos, com um aumento nominal dos prêmios emitidos de 358% durante o período. O crescimento se manteve positivo durante todo o período, inclusive em 2009, quando a crise econômica internacional afetou seriamente as economias latino-americanas, e em oito dos dez anos analisados, conseguiu taxas de dois dígitos.
O estudo mostra que o desempenho favorável deveu-se, principalmente, à boa situação econômica que a região atravessou no período, com aumentos no nível de empregos e na venda de bens e de automóveis, assim como a positiva evolução da economia e à maior demanda de créditos de consumo e hipotecas, que influenciaram favoravelmente nos crescimentos do ramo de Vida.
Segundo o relatório, o potencial de crescimento do setor segurador se mantém independente da desaceleração econômica registrada atualmente por alguns países. As perspectivas para os próximos anos são otimistas, já que a região, no conjunto, continua tendo uma enorme projeção de desenvolvimento. Além disso, o mercado segurador tem experimentado aumentos superiores ao PIB, conforme crescentes camadas da população melhoram seu nível aquisitivo e têm acesso a produtos e serviços antes não utilizados, como os oferecidos pelo mercado segurador.
Além do Brasil, os países que mais aumentaram o volume de prêmios no período foram a Venezuela e a Argentina.
L.S.
Revista Apólice