Ultima atualização 03 de July

Insurtech Brasil 2025: perspectivas para o mercado de seguros

EXCLUSIVO – “Queremos um grupo de trabalho para ser o mais plural possível para 2026”, enfatizou o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, durante a abertura da oitava edição do Insurtech Brasil. No painel ‘Overview Regulatório: Perspectiva para o Mercado de Seguros’, o dirigente abordou temas que vêm sendo discutidos no setor há algum tempo, como o Marco Regulatório, o Sandbox e a agenda de inovação, além de fazer um convite às insurtechs para que sigam atuando ativamente na transformação do mercado. “Não abaixem a guarda, continuem investindo em políticas de incentivo à inovação”, disse.

Ao comentar a evolução histórica do setor, Octaviani citou dados que mostram um avanço tímido da participação do seguro no PIB nas últimas décadas, o que, segundo ele, revela a necessidade de estruturar melhor a oferta de seguros no país. “Certamente significa que não avançamos estruturalmente na oferta de seguros de danos para a população brasileira”, afirmou.

Outro ponto destacado foi a importância da fiscalização e da reputação do setor, especialmente diante da magnitude dos recursos movimentados. “Se der um problema reputacional no nosso mercado, não tem empresa que resista. Precisamos de uma Susep capaz de incorporar as melhores tecnologias do Big Data para garantir a qualidade da gestão das reservas técnicas”, afirmou, referindo-se ao avanço da agenda do Sistema de Registro de Operações (SRO), que será aplicado também a cooperativas e entidades de proteção mutualista.

Octaviani ainda relacionou os desafios regulatórios às mudanças climáticas e à necessidade de uma atuação coordenada entre Estado e mercado. “As próximas catástrofes já estão contratadas. Não sabemos onde, mas sabemos que virão. E é impossível conviver com a ideia de que o Estado colocará 96 bilhões de reais a cada crise. Precisamos recombinar melhor a assunção de riscos”, alertou. Segundo ele, é preciso atrair capital privado, fortalecer a confiança da população e desenvolver soluções inteligentes que superem a dicotomia entre muito ou pouco Estado.

Encerrando sua fala, o superintendente fez uma analogia com sua própria trajetória como pagador de juros, defendendo que o comportamento financeiro do consumidor também seja reconhecido como um ativo. “Todos aqueles que têm um histórico de credibilidade deveriam poder usar esse passado como argumento para obter melhores condições junto ao mercado financeiro”, concluiu.

Nicholas Godoy, de São Paulo

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