No novo normal, a prioridade deve ser preservar vidas. A pandemia de covid-19 que está hoje em diferentes fases ao redor do mundo deverá deixar essa lição fundamental. Não é à toa que no nosso mercado de atuação, o setor de seguros brasileiro, a procura por seguros de Vida e planos de saúde já mostra sinais de aumento, inclusive pelos mais jovens. Esse é um dos primeiros efeitos e prenúncios de que, como sociedade, adotaremos uma nova postura perante a vida.

É também um alerta de oportunidade para todos os profissionais desse segmento: os benefícios estão em alta. Há uma mudança total de comportamento do segurado, que pensa no futuro preservando o presente. Aqui, aproveito para parabenizar a grande maioria das seguradoras, que diante de um momento tão complexo e delicado deram exemplo ao liberar indenizações para riscos que estariam excluídos, bem como abrir discussões para uma adaptação dos seus contratos à nova realidade.
Nova realidade esta que afeta ainda o interior e o exterior das empresas. O interior porque criou uma nova relação com os seus funcionários, trabalhando em home office, uma tendência que já existia e fazia parte dos planos de muitas companhias a médio prazo, mas precisou ser adotada em caráter emergencial e surpreendeu a todos por se mostrar mais eficiente e vantajosa economicamente do que imaginávamos. Exterior porque influencia o relacionamento com os seus públicos, os clientes, que precisam ser atendidos remotamente, de maneira que cada vez mais a venda digital se potencializa.
Frente a frente com uma crise de saúde e na economia dessa magnitude e convivendo com tantas revoluções decorrentes delas nas áreas mais diversificadas das nossas vidas, entendo que é preciso parar e refletir profundamente. A iniciativa privada inaugura uma nova página de sua história, pois mostrou não só o seu poder de adaptação, mas também a sua potência para atuar em parceria com os governos quando necessário, a exemplo da viabilização e administração de hospitais de campanha para o tratamento de pacientes contaminados pelo coronavírus em todo o país. Sem contar outras inúmeras doações e iniciativas com o mesmo objetivo.
O Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ), como uma entidade que teve sua existência pautada também nas suas parcerias com empresas privadas e outras instituições, acompanha o movimento geral de mudança de visão. Todos os eventos presenciais de 2020, como palestras, cursos e almoços, já tradicionais em nosso Clube, foram cancelados. Buscamos alternativas, e dessa busca nasceu esta série de artigos com autoria de influentes lideranças do mercado. Em breve, lançaremos cursos e treinamentos online, alinhados a esse tão comentado novo normal. Temos experimentado a união com a volta de companhias, tradicionais colaboradoras de nossa entidade, ao nosso quadro de empresas beneméritas.
O cumprimento da missão fundamental da entidade de levar o conhecimento e capacitação sobre o mercado de seguros de Pessoas, contribuindo para o seu desenvolvimento, devemos ao nosso fundador, Minas Mardirossian, perda irreparável que tivemos em meio a esse período. Ele, que tanto lutou pela valorização do seguro de vida no Brasil, continuará a servir como exemplo para que possamos nos dedicar ainda mais. Será eterna fonte de inspiração para os que atuam no segmento e uma luz que nos guia na busca de novos caminhos para o desenvolvimento do Seguros de Pessoas e Benefícios em nosso país.
* Por Octávio Perissé, presidente do CVG-RJ