João Alceu Amoroso Lima, presidente da FenaSaúde, participou de um debate durante a Conseguro 2019. O congresso, que acontece a cada dois anos, foi realizado pela CNseg em Brasília.
Lima destacou a relevância das operadoras de planos privados de assistência à saúde na manutenção do sistema, que atualmente enfrenta no Brasil e em vários outros países o desafio da sustentabilidade. O descompasso entre os custos crescentes e as limitações de orçamento e renda (agravadas pela recessão e o desemprego no País) vem crescendo nos últimos anos, tendo como principais causas os impactos relacionados às novas tecnologias e às mudanças dos perfis epidemiológico e etário da população. Questões relacionadas à judicialização, às fraudes, aos desperdícios e às ineficiências tornam a situação ainda mais desafiadora.
Leia mais: Liberdade econômica é tema de evento promovido pela Fenasaúde
Para reverter o cenário, Lima defendeu a ampliação das opções de cobertura dos planos de saúde como forma de oferecer mais acesso à população a serviços de qualidade e garantir, ao mesmo tempo, a sustentabilidade do setor. Segundo o presidente da entidade, a segmentação da oferta, de maneira a adequar os preços dos planos a diferentes perfis de usuários, é uma estratégia que se mostrou eficiente em outros países. “Chegou o momento de rever a legislação que vigora no Brasil há 20 aos e buscar novas soluções para enfrentar os desafios”, afirmou.
A criação de incentivos à atenção primária, com investimentos na prevenção de doenças, e o combate a fraudes e desperdícios, que causam o crescimento de despesas do sistema de saúde, também foram destacadas. O fortalecimento da ANS também foi apontado como parte importante para o setor. “Precisamos que a Agência atue para oferecer mais estabilidade e segurança jurídica a todos os agentes do sistema”, ressaltou. Segundo Lima, essas medidas têm como objetivo a redução dos preços finais dos planos, o aumento nas opções de acesso e a melhoria na qualidade no atendimento à população.