
EXCLUSIVO – Para debater sobre os incentivos oferecidos pelas empresas aos seus funcionários e traçar um cenário sobre o setor da saúde suplementar no Brasil, a Aon realizou nesta quarta-feira a edição paulista do Fórum de Benefícios 2019. O evento, que está na sua 10ª edição e reuniu cerca de 800 pessoas, aconteceu no Auditório do Ibirapuera e terá suas próximas edições no Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O primeiro painel “Panorama atual do mercado: visão Global Medical Trends 2019 e a coordenação de cuidado gerando resultado” foi realizado por Paulo Jorge, vice-presidente de Health & Retirement Solutions da companhia; e Marco Túlio, diretor médico. Durante a palestra, foi discutido sobre como a tecnologia afeta o dia a dia das empresas e os quais são os desafios da convivência intergeracional nas corporações, já que há uma tendência das pessoas permanecerem no mercado de trabalho por mais tempo e qual o impacto da Reforma da Previdência caso seja aprovada.
Os executivos também falaram sobre o atual sistema de saúde privada e de como é necessária ser feita a gestão desse benefício que 99% das empresas disponibilizam para os seus funcionários, segundo a Pesquisa de Benefícios Aon 2018-19, promovendo campanhas de apoio ao autocuidado para que seja possível continuar oferecendo um plano de qualidade aos colaboradores. “A inflação médica acumulou alta de 108%, enquanto o índice da inflação geral está na faixa de 42%. Isso significa que algo está errado e é preciso ser feita uma mudança em toda a estrutura, senão o sistema se tornará insustentável para as companhias”, afirmou Túlio.
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Já no segundo painel, foi feita a apresentação dos resultados da Pesquisa, que em sua 12ª edição contou com 640 empresas participantes. Apresentado por Rafaella Matioli, diretora de Health & Retirement Solutions, e Carolina Pazianotto, gerente técnica da empresa, o estudo também mostrou que a maneira de controlar a jornada de trabalho como é conhecida está entrando em desuso. De acordo com a pesquisa, 38% das empresas no Brasil oferecem horário flexível, número que aumentou em 192% desde que a última edição foi publicada. “Com cada vez mais diversidade dentro das companhias, disponibilizar opções para o colaborador escolher aquela que melhor se atende às suas necessidades e fase de vida será um caminho importante para a atração e retenção de talentos” ressaltou Rafaella.
Para discutir sobre as tendências do mercado de benefícios e quais são os objetivos da geração milenium dentro das organizações, houve um debate entre Paulo Jorge e Leila Santos, gerente de Administração de Pessoal e Benefícios da Libbs Farmacêutica. Segundo Leila, a flexibilização dos incentivos oferecidos já é realidade em muitas empresas, pois elas estão buscando atender as demandas de um novo perfil de profissional. “Com o beneflex, na Libbs é oferecido além do salário uma pontuação para o colaborador, que irá poder fazer a escolha dos benefícios de acordo com o cardápio de ofertas que a empresa faz”, afirma à executiva.
O “Talk Show Inovação” apresentou cases de empresas que estiveram reunidas para debater a respeito dos avanços tecnológicos e a geração de novos serviços, influenciando nas mudanças comportamentais e auxiliando na nova realidade ligada à longevidade da população. Moderado por Ricardo Steiman, diretor executivo comercial da Aon e com a participação de Gustavo Gattass Ayub, especialista em Cloud e Inteligência Artificial da Microsoft; Michael Kapps, CEO da TNH Health; Priscila Siqueira, vice-presidente de Vendas da Gympass; Ricardo Salem Ribeiro, diretor médico na Care Plus; e Ricardo Frias, global benefits leader na Nubank; o talkshow também relembrou do uso dos dados como instrumento fundamental para tomada de decisão.
Segundo Salem, ao conseguir verificar quem tem mais probabilidade de desenvolver doenças graves no futuro, é possível implementar programas de promoção da saúde e prevenção de riscos que ajudem os usuários a serem mais saudáveis. Também foi lembrado durante o painel sobre a importância do cuidado com a saúde mental, já que de acordo com a OMS 11 milhões de pessoas sofrem com a depressão no Brasil. “É necessário ver o funcionário como pessoa, entender quais são suas necessidades e criar um ambiente de confiança para o colaborador”, ressalta Frias.