No mesmo compasso em que se renovam comportamentos e movimentos sociais, a dinâmica empresarial também se atualiza. Economia criativa, era digital, velocidade da informação e novas demandas têm trazido novos modelos de negócios. Mudam as relações de trabalho, o caminho do dinheiro e também os modelos de gestão e perfil dos profissionais.
Novos cenários que exigem um outro texto e atores mais versáteis. Temos nos deparado cada vez mais com empresas inovadoras, onde profissionais dos mais diferentes setores têm sido atraídos e demandados. O objetivo é trazer uma visão disruptiva a processos muito bem solidificados e estabelecidos até então. Profissionais experientes, mas com competências mais amplas do que as praticadas em um único setor.
O mercado financeiro exemplifica bem esse movimento. Empresas como as Fintechs e as Insurtechs, serviços financeiros e de seguros oferecidos por negócios de base tecnológica. As necessidades de uma nova sociedade e da própria evolução do mercado alavancaram outros tipos de processos, de uma forma reversa aos modelos presentes até então, onde o produto é construído com base no histórico e conhecimento acumulado sobre uma determinada situação e depois distribuído por um dos canais tradicionais do mercado. Isso altera a relação com o consumidor, além dos controles e sistemas da rotina de trabalho, e a gestão precisa acompanhar,bem como os times profissionais e lideranças.
Assim, na condução de projetos para estes clientes, temos tido uma demanda por profissionais com uma excelente formação acadêmica, fluência em inglês e vivência em outras culturas como um diferencial. Conhecimento técnico e experiência no setor são importantes, mas não determinantes. Os executivos têm sido selecionados pelo seu potencial de desenvolvimento e adaptabilidade, pois, ocuparão posições importantes em empresas que crescem em uma velocidade muito grande, e enfrentarão diariamente situações as quais não tiveram experiência prévia, cabendo criatividade, capacidade de decisão e poder de análise para a resolução.
Uma janela que se amplia para a transição de talentos entre mercados, onde profissionais dos mais diferentes setores podem atuar em segmentos diferentes dos seus pontos de origem. Muitas vezes, a remuneração não é principal fator de atração, mas o desafio pode compensar. E é preciso considerar que esses novos negócios atuam nos nichos diferenciados, com tendência a ser muito acelerado. Também para os consultores de carreira e headhunters, a atual realidade é desafiadora. Encontrar um profissional bem formado, de perfil versátil e que ainda não está comprometido com uma organização de forma entusiasmada não é tarefa das mais simples.
O lado bom é que a renovação empresarial que temos observado em alguns setores, estimulada pela retomada econômica e os novos ciclos produtivos que se apresentam globalmente, poderão aquecer também a geração de empregos em muitos níveis. São novas oportunidades para muitos profissionais competentes que há algum tempo estão disponíveis ou infelizes em suas posições e na busca de novos projetos e organizações.
K.L.
Revista Apólice