Roberto Westenberger, que há dois anos está à frente da Superintendência de Seguros Privados, revelou em entrevista ao Valor Econômico que pretende fazer modificações na atuação da autarquia, trazendo uma nova Susep.
De acordo com o executivo, “a grande mudança é a criação de uma diretoria de conduta”. Westenberger acredita que a atuação está defasada em relação ao desenvolvimento do mercado no Brasil e também às práticas internacionais. Essa última recomenda que existam duas linhas de trabalho no que diz respeito à supervisão: uma vertente que olha a saúde financeira e outra que avalia as práticas das seguradoras e corretores de seguros em relação a seus consumidores.
O investimento em tecnologia será mais focado nessa direção: a relação cliente-mercado. Base de dados com informações de Procons, Ministério Público e outros agentes estão na agenda de alianças para que a os serviços prestados sejam devidamente avaliados. O Big Data, portanto, chega à autarquia com mais força para unir a base de dados e auxiliar com mais rapidez a identificação de problemas.
Venda casada de seguros, venda forçada, como garantia estendida ou seguro viagem, estão na mira dessas nova função. “A ideia é fazer uma utilização mais racional. É como se eu tivesse uma grande antena aqui na Susep recebendo informações em tempo real das seguradoras e dos atores que podem ser atingidos por um produto de seguros”, declarou o superintendente durante a entrevista. Já para a supervisão dos corretores, o caminho será a autorregulação.
As entidades de corretores de seguros serão braços da Susep para que a autorregulação ocorra, e exista a certeza que por meio de manuais de conduta e certificação as boas práticas estão sendo seguidas. “Esperamos que o fato de ter esse ‘big brother’ tenha efeito preventivo”, afirmou o superintendente.
Fonte: Valor Econômico
A.C.
Revista Apólice