Ultima atualização 25 de February

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Acidente com navio-plataforma tem impacto pequeno, mas deixa alerta

Investigações dirão se é preciso mais cautela da companhia com a segurança de produção

O acidente envolvendo o navio-plataforma de produção de gás Camarupim da Petrobrás, no dia 11 de fevereiro, no Espírito Santo, teve impacto pequeno nas finanças da companhia, já que a produção fica em torno de, aproximadamente, 2,5% do produto nacional, mas deixou o saldo de cinco mortes. A empresa que operava no local era a BW Offshore que, como toda a companhia que presta serviços para a Petrobrás, possuía um contrato exclusivo de seguros. Diferentemente do ocorrido em 2001, com a plataforma P-36, o maior acidente da companhia que gerou um déficit muito maior

Possíveis seguros
Entre as apólices exigidas às empresas estão as de seguro de vida, saúde e odontológico, quando se trata dos funcionários e prestadores de serviço, as outras proteções exigidas podem variar de acordo com cada prestador, mas de forma geral incluem Responsabilidade Civil, mas não envolve a parte de transportes, por exemplo. Embora seja um navio adaptado para a extração de gás e tenha cobertura para danos ao casco, a plataforma é integrada à apólice de risco de petróleo. Também não há nenhum indício de que o RC Ambiental seja obrigatório, ele pode ser contratado, dependendo do risco, mas não está integrado às apólices mais comuns.
Ainda assim, o corretor de seguros Gustavo Cunha Mello, em entrevista à Revista Apólice, acredita que o sinistro faz parte do risco esperado pelo mercado e tem pouco impacto ao setor. “Esse sinistro não deve ser de perda total, a plataforma não afundou e, em todos os aspectos, não foi um sinistro tão grande como foi o da P-36. Por esse ser um mercado global, intensivo em resseguro, um sinistro local não é suficiente para causar mudanças nos seguros exigidos hoje pelas companhias do ramo”.
Ainda de acordo com a análise do entrevistado pelo que foi divulgado até o momento, o plano para casos de emergência, que faz parte da gestão de riscos do negócio, foi executado de forma correta, embora não se conheça os detalhes. Um indício dessa afirmação é que as mortes que ocorreram foram no momento da explosão, as outras pessoas conseguiram ser escoadas com rapidez. Mas Mello ressalta que ainda há o que analisar: “as plataformas de petróleo e gás possuem uma série de fatores sensores de gás, fumaça e calor ligados ao sistema automático de detecção e encerramento da operação e extinção de incêndios, então porque ele não previu a explosão?”, questiona.

Danos à imagem
Quaisquer companhias têm riscos de sinistros e com a Petrobrás não é diferente. Embora esteja passando por períodos de dificuldade, a imagem da estatal não deve ser prejudicada por esse acidente caso ele seja esclarecido de maneira correta e seja apurado se houve erro de equipamentos, falha humana e como isso poderá ser evitado no futuro, assim o dano poderá ser controlado. “Essa não é uma empresa com tantos acidentes, é um caso isolado faz parte do que entendemos como risco e é por isso que contratamos seguro. A companhia poderá, eventualmente, uma elevação de custos, porém ainda é cedo para afirmar isso”, supõe Mello.
O prazo para que o relatório com a conclusão da investigação das seja entregue não foi estipulado, isso porque é preciso aniquilar as chances de explosões e danos maiores antes que os inspetores possam adentrar a plataforma e investigar as causas do acidente. “Esse caso poderá ser mais rápido porque não houve perda total, é possível entrar na plataforma e investigá-la. Acredito que o relatório preliminar deva sair em 40 dias, mas em média, a conclusão deverá sair em cerca de um ano”, afirma Gustavo Cunha Mello.

Amanda Cruz
Revista Apólice

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