Ultima atualização 08 de setembro

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Primeira etapa da Taxonomia Sustentável Brasileira avança na transição climática

Setor de seguros entrará na TSB em fase posterior, com definição de critérios objetivos para identificar relação das operações do setor com atividades sustentáveis

O governo federal, por meio do Comitê Interinstitucional da Taxonomia Sustentável Brasileira (CITSB), aprovou a primeira edição do documento que detalha ações para a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB). A publicação totaliza 880 páginas e levou mais de 350 pessoas de 63 instituições, incluindo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a participarem de sua elaboração, estabelecendo critérios para classificar atividades econômicas com base em seus impactos socioambientais.

A TSB é vista como a espinha dorsal do Plano de Transformação Ecológica do governo federal. A subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, destaca que a taxonomia não é uma mera cópia de modelos internacionais. Para ela, é um elemento que prioriza objetivos nacionais, como a mitigação das mudanças climáticas, a adaptação a seus efeitos e, de forma inédita, a redução das desigualdades socioeconômicas, incluindo aspectos de gênero e raça.

Para a diretora de Sustentabilidade da CNseg, Claudia Prates, a TSB estabelece uma base sólida para que empresas financeiras e não financeiras — incluindo seguradoras — alinhem suas estratégias às metas nacionais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, à redução das desigualdades socioeconômicas e à promoção da inovação sustentável. Já em sua primeira versão, contempla setores estratégicos — como agricultura, energia, construção, transporte, saneamento e indústria — criando uma linguagem comum entre agentes públicos e privados e oferecendo maior clareza e segurança ao mercado.

“A TSB abre novas possibilidades para que instrumentos financeiros, incluindo seguros, sejam rotulados de forma consistente e transparente como sustentáveis. Com isso, o mercado poderá identificar com maior precisão o volume de recursos efetivamente direcionados a projetos e atividades alinhados aos objetivos socioambientais e econômicos do país, além de orientar esforços e fornecer subsídios para o aprimoramento de produtos, o desenvolvimento de novas soluções e a ampliação da escala de instrumentos capazes de apoiar a transição climática e o avanço de uma economia de baixo carbono”, afirmou.

Na implementação inicial da TSB, os relatos de empresas financeiras e não financeiras serão voluntários, tornando-se obrigatórios posteriormente. Inicialmente, abrangerão companhias abertas listadas e instituições financeiras reguladas pelo Bacen nos segmentos S1 e S2, com indicadores-chave de desempenho definidos. Outras categorias, como companhias abertas não-listadas, companhias fechadas, seguradoras, gestoras de recursos e fundos de investimento, serão incluídas em fases posteriores, com processos e indicadores específicos a serem definidos à medida que a taxonomia evolui.

A TSB encontra-se em fase final de aprovação, com implantação gradual prevista, incluindo publicação oficial em setembro de 2025 e adaptação progressiva por parte de reguladores e empresas.

A importância da TSB para o setor de seguros, para o sistema financeiro e para a economia real será tema de debate em painéis da programação da Casa do Seguro durante a COP30, em Belém, de 10 a 21 de novembro.

A primeira edição da taxonomia aborda oito setores-chave da economia, como agricultura, pecuária, indústria, energia, construção e transporte. A publicação oficial dos cadernos técnicos está prevista para setembro, e a implementação será gradual, começando com a adaptação de regulamentos por parte de órgãos financeiros e, depois, alcançando grandes empresas e instituições financeiras.

No futuro, a TSB será expandida para incluir outros setores, como minerais críticos e a bioeconomia, além de criar diretrizes específicas para micro, pequenas e médias empresas.

O documento brasileiro tem um caráter pioneiro globalmente. O Brasil se destaca como o primeiro país a incluir o objetivo de redução de desigualdades raciais em sua taxonomia, um avanço que será levado para discussões na COP30, em Belém.

Segundo o governo, a TSB também é a primeira a publicar a metodologia de seleção das atividades econômicas e a apresentar uma definição clara de salvaguardas mínimas, ou seja, as leis e indicadores que devem ser seguidos para que uma atividade seja considerada sustentável.

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