A telemedicina já faz parte da rotina dos planos de saúde para a prevenção e manutenção da saúde. Além das facilidades para o atendimento dos beneficiários, o uso da tecnologia e dos sistemas atrelados a ela ajudaram as operadoras a reduzirem o prazo máximo para a marcação de consultas e exames. Com isso, os planos de saúde evitam as sanções da Agência Nacional de Saúde (ANS), que vão desde penalidades como multas até a suspensão da comercialização.
Um levantamento da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) aponta para mais de 2,5 milhões de teleconsultas desde que a pandemia começou até março deste ano. A mesma pesquisa mostra que 90% dos pacientes conseguiram resolver os problemas de saúde dentro de casa, evitando uma possível contaminação pela Covid-19. A tendência se justifica desde que o Ministério da Saúde regulamentou a telemedicina, por meio da portaria nº 497.
Dificuldades para agendamento de consultas e exames são queixas comuns entre os consumidores. Para Paulo Auriemma, CEO e sócio-fundador da Mobile Saúde, empresa que oferece soluções digitais para mais de 7 milhões de beneficiários de mais de 90 operadoras, o descumprimento dos prazos tem relação com processos que não são nada práticos para o consumidor e impõem às operadoras dificuldades em localizar a rede de atendimento para atender os beneficiários.
“A pandemia acelerou a digitalização das empresas e, consequentemente, causou um na telemedicina. Com mais facilidade para achar o prestador de serviço adequado às suas necessidades, os usuários se tornaram protagonistas nesse processo de autoatendimento. No caso da Mobile Saúde, os números de atendimentos sobem constantemente”.
No segmento de planos de saúde, a demanda resultou em um aumento de 62% no número de projetos desenvolvidos pela startup Mobile Saúde, no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A consulta online ainda traz outros benefícios. De acordo com dados divulgados pelas operadoras de saúde, o número de ações na justiça contra os planos de saúde reduziu em 20%. Para Auriemma, o menor volume de queixas dos consumidores é reflexo da autonomia gerada com a tecnologia na palma da mão, além de mais informações disponíveis em poucos cliques.
Auriemma acredita que a telemedicina deve se expandir ainda mais pelo país, o suficiente para o beneficiário adaptar o próprio comportamento de atendimento, ganhando mais comodidade, agilidade, além de otimizar processos operacionais das operadoras. “Por aqui, a população tem o hábito de ir a um pronto atendimento logo quando surge algum sintoma de doença. A telemedicina serve justamente para apoiar em casos mais simples ou rotineiros, deixando o pronto-socorro como um local para atendimento dos casos realmente urgentes”.