Um dos temas debatidos no mercado de seguros atual é a ação dos corretores “paraquedistas”, como são popularmente chamados pelo setor. Esses profissionais saem de seu estado de origem para buscar clientes em outros estados ou outras regiões. Uma das justificativas é suprir a atual demanda do mercado de seguros, que está aquecido, inclusive em regiões onde antes a procura era menor. O assunto divide opiniões por se tratar, essencialmente, de uma questão ética. Segundo o presidente do Sincor-PA, Paulo Thomaz, o Código Comercial Brasileiro e as leis que regem a comercialização de seguros no Brasil não proíbem tal prática, ou seja, qualquer empresário pode comercializar seu produto em qualquer lugar do Brasil. “É claro que na prestação de serviços e corretagem de seguros, o exercício não é muito salutar, haja vista que o segurado perde o contato pessoal com seu corretor. Nós buscamos fazer com que estes corretores de fora se estabeleçam em nosso estado com uma filial”, afirma Thomaz.
O presidente do Sincor-DF, Dorival Alves de Sousa, distingue o corretor “paraquedista” em dois perfis. O primeiro é o eventual, que trabalha em outras regiões de forma esporádica, levando uma prestação de serviço ou participando de uma grande conta. O segundo é o predatório, que angaria negócios em outras praças de forma irresponsável. Segundo Sousa, eles vendem o produto e deixam o consumidor sem amparo legal, alguns chegam até a cometer crime de estelionato. “Muitos desses profissionais possuem negociação com uma determinada seguradora, de sua região, que possui custos e taxas diferenciadas, e acaba aplicando essa condição pelo Brasil inteiro, deixando a concorrência desonesta”, pontua. De acordo com o presidente, os segmentos de automóvel e vida são os principais alvos dessa prática. “Essa é uma situação delicada, que traz um prejuízo muito grande para o mercado de modo geral, abalando a sua seriedade e expondo pessoas a riscos”, opina.
De acordo com o presidente do Sincor-RS, Celso Marini, a entidade de classe procura manter um espaço de concorrência de igualdade, ético e sadio, no qual os profissionais tenham condições de competitividade com uma razoável equivalência. “Combatemos sim, com veemência, a concorrência desleal, de profissionais que se aproveitam de não ter uma sede local, sem custo operacional de equipe de trabalho e praticam preços predatórios para captar negócios”, destaca.
Confira a reportagem completa na edição 167 – setembro.
Gabriela Ferigato e Jamille Niero
Revista Apólice