A longevidade nunca esteve tanto em pauta. Com o avanço da medicina e dos cuidados preventivos, a expectativa de vida aumenta e, com isso, surgem novos e importantes debates sobre o planejamento de um envelhecimento de qualidade, financeiro e previdenciário.
Como mulher, posso dizer que este debate ganha ainda mais relevância para nós. Em um mundo que exige múltiplas jornadas, preparar-se para um futuro financeiramente seguro é um compromisso com a própria liberdade e bem-estar.
Para elucidar, ao falarmos de longevidade, falamos também de desafios demográficos. A queda nas taxas de natalidade e o envelhecimento da sociedade trazem impactos significativos no equilíbrio econômico-social. No Brasil, por exemplo, estima-se que em 2030 haverá mais pessoas com idade superior a 60 anos do que crianças.
Países como a China, onde há uma superpopulação e, por anos, vigorou a lei do filho único, e a Itália, conhecida por sua população mais velha, já sentem esses efeitos e tentam, de diversas formas, mitigar os riscos, adotando uma posição de estímulo à natalidade para equilibrar suas pirâmides etárias. Em um português mais claro, é necessário que haja força de trabalho jovem suficiente para sustentar o aumento da taxa de habitantes em idade de aposentadoria.
Se analisarmos esses movimentos, facilmente podemos compreender seu impacto direto sobre as mulheres, especialmente aquelas que buscam desenvolver suas carreiras. Sem uma estrutura de suporte adequada, muitas poderão se ver diante da difícil escolha entre a maternidade e o crescimento profissional.
As reformas constantes na previdência social se tornam necessárias para sua sustentabilidade, e os desafios decorrentes disso deixam cada vez mais evidente a importância de um planejamento financeiro a longo prazo.
Uma vez que esta narrativa está tão conectada a nós, mulheres, e sabendo que chefiamos quase metade dos lares brasileiros, gosto de reivindicá-la. Vejam bem: mulheres vivem, em média, mais do que os homens e acumulam papéis centrais na estrutura familiar. Por que não estaria em nossas mãos o poder de antecipar um futuro financeiramente estável?
Educação financeira é um compromisso econômico e social e deve estar intrinsecamente conectada aos movimentos que defendemos. Quando uma mulher se planeja financeiramente, ela não apenas assegura seu próprio bem-estar, mas também garante escolhas para o futuro. Afinal, estar à frente das próprias finanças é um ato de independência.
*Maria Izabel Pedrosa, Superintendente de Previdência Fechada da Bradesco Vida e Previdência