Ultima atualização 28 de mayo

powered By

CONSEGURO 2025: painéis da tarde debatem inovação e regulação no mercado

EXCLUSIVO – Em três painéis distintos, a tarde desta terça-feira (22), o Conseguro 2025 ofereceu uma onda de debates com foco em regulação e competitividade do setor, os participantes abordaram desde os impactos da inteligência artificial até os efeitos do novo marco legal do seguro, passando por questões como proteção de dados, seguros cibernéticos, mutualismo e Open Insurance.

O painel “Tecnologia & Inovação para Diversificação de Produtos e Acesso ao Mercado”, mediado por Nuno Vieira, Sócio de Serviços Financeiros na EY, debateu como as novas tecnologias têm potencializado o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores no setor segurador. No entanto, também evidenciou os riscos associados ao avanço tecnológico, como o aumento das fraudes digitais e a necessidade urgente de regulamentar o uso da inteligência artificial (IA).

Eduardo Juliano, Superintendente de produtos de seguros da Núclea, ressaltou que o mercado depende fortemente de dados confiáveis e estruturados para operar de maneira eficiente e segura. “Um mercado como o nosso não pode se dar ao luxo de trabalhar com dados frágeis. A base de dados é o alicerce para a precificação, análise de risco e combate a fraudes”, afirmou.

A IA, por sua vez, foi apontada como ferramenta essencial para extrair valor desses dados, mas com ressalvas. “A inteligência artificial vai transformar a forma como trabalhamos as informações, otimizando a visão preditiva. No entanto, quando lidamos com dados sensíveis, como os de saúde, o cuidado deve ser redobrado”, alertou Iagê Miola, diretor da ANPD.

A crescente digitalização também elevou a demanda por seguros voltados à proteção cibernética. Ana Paula Schmeiske, Superintendente de Planejamento Estratégico da MAPFRE, debateu sobre o aumento do interesse por esse tipo de cobertura, impulsionado pela maior exposição digital de empresas e indivíduos. “Com a evolução tecnológica, a procura por seguros cibernéticos cresceu significativamente. Nosso desafio é simplificar a comunicação sobre o produto e torná-lo mais acessível, ampliando seu market share”, acrescentou. Para ela, inovação e acesso caminham juntos: “As seguradoras estão investindo tempo e recursos para criar soluções que cheguem a mais brasileiros”, concluiu.

Estiveram presentes na discussão Daniel Calero, Diretor de Transformação Digital e Inovação na TIVIT e Denis Morais, presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap).

Regulação como alicerce do desenvolvimento sustentável

No painel “Diálogo Regulatório: Visão Estratégica do Mercado de Seguros e Oportunidades de Crescimento”, comandado pelo Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, o foco foi o papel das regulações como motor para a expansão do setor.

O superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, falou sobre a recente regulamentação das instituições de proteção mutualista. “Essas entidades agora têm respaldo legal para atuar, e isso representa um avanço importante para a diversidade de modelos de cobertura no mercado”, disse. Ele explicou que a Susep acompanhará de perto a conformidade dessas instituições com exigências como a constituição de reservas técnicas e a liquidação de sinistros. “Vamos arbitrar os processos regulatórios para garantir que esses novos agentes sigam as boas práticas de governança e solvência”.

Já Vinicius Brandi, Subsecretário de Reformas Microeconômicas e Regulação Financeira na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, destacou o papel estratégico do setor segurador na economia brasileira. “O mercado de seguros está posicionado para ser um motor de crescimento. Ele pode impulsionar outros setores, promover a poupança interna e estimular investimentos de longo prazo”, ponderou.

Brandi também mencionou a proposta de introdução do seguro de vida universal, iniciativa que está sendo discutida em conjunto com a Susep. “Estamos colhendo contribuições por meio de consultas públicas. A participação da sociedade e do setor é fundamental para desenhar um produto que atenda às necessidades da população brasileira”.

Outros temas abordados incluíram o desenvolvimento do mercado de crédito de carbono e os incentivos à educação previdenciária, com foco no aumento da poupança e formação de renda futura. “A aquisição de ativos previdenciários ainda é um desafio no Brasil, mas é fundamental para a sustentabilidade financeira das famílias”, completou Brandi.

Novo marco legal e o desafio da previsibilidade

Fechando a programação, o painel “Aperfeiçoamento Regulatório e Competitividade do Mercado Brasileiro de Seguros” abordou a aprovação do novo marco legal do seguro e o impacto de recentes normativos que afetam o setor, como a Lei 14.770/2023, que autoriza o uso de títulos de capitalização como garantias públicas, e a LC 213/2025, que regulamenta as cooperativas de seguros.

Roberto Santos, presidente do Conselho Diretor da CNseg e moderador do painel, abriu a discussão com uma reflexão: “Um mercado segurador forte exige um regulador igualmente forte, mas que também esteja alinhado com os princípios da previsibilidade e da inovação”.

O economista Bruno Sobral, fomentou que a regulação surge da necessidade de corrigir falhas. “A regulação não existe apenas para proteger o consumidor, mas para proteger o próprio funcionamento do mercado”, afirmou. Ele citou o setor de saúde como exemplo de um segmento sensível, que se beneficia das análises promovidas via consultas públicas.

Para Carlo Queiroz, diretor da Susep, a atividade regulatória precisa evoluir além da simples produção de normas. “Hoje, a análise de impacto regulatório é uma obrigação. Precisamos identificar com precisão os efeitos de cada norma para garantir que o mercado avance de forma saudável”, analisou. Ele ainda comentou os avanços do Sistema de Registro de Operações (SRO), que vem sendo aprimorado para melhor acompanhar o fluxo de dados das seguradoras.

Marcos Falcão, CEO do IRB(Re), reforçou a importância de uma relação equilibrada entre regulador e regulado, principalmente no caso de empresas com duplo regime regulatório. José Antonio Maia Piñeiro, vice-presidente da Brasilcap encerrou o painel destacando dois pilares essenciais para o futuro do setor, previsibilidade e diálogo. Ele também reforçou a urgência de avanços em temas como o tratamento tributário do resseguro e o desenvolvimento do Open Insurance, ainda em fase de amadurecimento.

Nicholas Godoy

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Resumen de privacidad

Esta web utiliza cookies para que podamos ofrecerte la mejor experiencia de usuario posible. La información de las cookies se almacena en tu navegador y realiza funciones tales como reconocerte cuando vuelves a nuestra web o ayudar a nuestro equipo a comprender qué secciones de la web encuentras más interesantes y útiles.