Se existe um hábito moderno que praticamente todos adotaram nos últimos anos é o de verificar as redes sociais pouco antes de dormir. No Brasil, 76% dos cidadãos afirmam seguir essa rotina todos os dias. Mas será que esse costume representa algum risco à saúde? Pesquisas indicam que sim.
O ritual digital da hora de dormir
Navegar pelas redes sociais, assistir a vídeos e responder a mensagens poucos instantes antes de dormir se tornou uma atividade rotineira na vida de muitos brasileiros. De acordo com um estudo recente, a grande maioria das pessoas (94%) usa smartphones na cama, e quase a metade (44%) acaba passando bem mais tempo no dispositivo do que o planejado.
O feed infinito em plataformas de rede social e a reprodução automática em serviços de vídeo contribuem para esse fenômeno. Uma vez conectados, os usuários perdem a noção do tempo e acabam dormindo mais tarde e durante menos horas. O resultado disso se mostra catastrófico para a qualidade e duração do sono.
Como as redes sociais afetam o sono?
Além da desconexão com o tempo real, que atrasa o sono, o uso de aparelhos eletrônicos na hora de dormir também age no funcionamento normal do organismo dos usuários. A principal responsável por isso, segundo pesquisas, é a luz azul emitida pelas telas, que suprime a produção de melatonina, o hormônio responsável pela regulação do sono. Níveis reduzidos de melatonina podem levar à dificuldade para adormecer, redução da duração e piora da qualidade geral do sono.
Somado a isso, o envolvimento com as redes sociais pode ser mentalmente estimulante, o que impede o cérebro de relaxar. Atividades interativas, como responder a mensagens ou participar de discussões online, deixam a mente do usuário em estado de alerta, perturbando a progressão natural do adormecer.
Como alcançar o equilíbrio
Para superar esses efeitos negativos, muitos adotam medidas radicais, como excluir Instagram, WhatsApp e outras plataformas sociais. Mas os especialistas afirmam que é possível adotar uma abordagem mais moderada, com estratégias de bem-estar digital que ajudem a melhorar a qualidade do sono sem que seja necessário abrir mão do tempo de tela antes de dormir. Eles recomendam:
- Definir um toque de recolher digital: evitar usar o smartphone pelo menos 30 minutos antes de dormir permite que o corpo relaxe naturalmente e se prepare para o descanso.
- Usar o modo noturno ou filtros de luz azul: muitos dispositivos oferecem configurações que reduzem a exposição à luz azul, minimizando seu impacto na produção de melatonina e evitando seus efeitos negativos.
- Buscar técnicas de relaxamento: ler um livro, praticar meditação ou ouvir música relaxante podem ser atividades alternativas mais saudáveis do que navegar nas redes sociais durante a noite.
- Definir limites de tempo de tela: muitos smartphones oferecem recursos que permitem aos usuários acompanhar e limitar seu tempo de tela, promovendo um uso mais consciente.
De modo resumido: com moderação e consciência, os usuários podem continuar a desfrutar das redes sociais e ter um sono tranquilo e restaurador à noite.