EXCLUSIVO – As mulheres representam 54,4% da força de trabalho no setor de seguros, mas sua presença diminui em cargos de liderança, ocupando 38,6% das posições de gerência, 21,2% das diretorias e apenas 16,1% nos conselhos de administração, segundo Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil, da Escola de Negócios e Seguros. Em 2021, havia uma disparidade salarial, com os homens recebendo, em média, R$ 8,3 mil e as mulheres R$ 5,8 mil, segundo dados da ENS e da CNseg. Patrícia Chacon se destaca como a primeira mulher a presidir o Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros do Estado de São Paulo (Sindseg SP) em mais de 80 anos. Antes de assumir a presidência, ela ocupou outras funções na diretoria da entidade. Atualmente ela é a COO da Porto Seguro.
“Equidade e inclusão são fundamentais, por conta do período desafiador em que vivemos, no qual esses valores não passam de modismo para algumas empresas. O que é um pouco diferente no mercado de seguros, no qual se vê uma crença verdadeira nessas virtudes e de como queremos tratar as pessoas deste setor, algo muito orgânico em termos de propósito”, destaca.
Sua eleição representa um marco significativo para o setor, evidenciando a crescente participação feminina em posições de liderança na indústria de seguros. Patricia, assim como outras líderes, é uma referência para outras mulheres que almejam pleitear cargos de alta notoriedade no mercado e ascender profissionalmente.
“A primeira grande lição que digo como executiva é o quão impactante é a representatividade da mulher no mercado. Só tive essa noção quando assumi a cadeira da presidência, por isso eu afirmo que a representatividade importa muito, pois é quase impossível sonhar com aquilo que você nunca viu. Quando enxergamos um corpo executivo sem essa representatividade, é difícil imaginar que possa ser possível’’, ressalta a presidente.
Com a queda de estigmas e com a ascensão de talentos femininos em todas as áreas do campo profissional, espera-se que as disparidades diminuam exponencialmente. Patricia acredita que a união e o empoderamento são os grandes pilares desta evolução. “Levar o tema da diversidade e da força da mulher tem sido algo muito impactante no mercado. Cada vez mais vemos a criação de alianças que transbordam o CNPJ. Eu mesma participo de diversos grupos com outras executivas, onde nos reunimos, conversamos e até escrevemos livros juntas. É através do exemplo que mostramos onde podemos chegar”.
A executiva destacou também que é necessário que as empresas invistam no oferecimento de condições iguais para homens e mulheres. Para ela, a mudança da mentalidade masculina nas companhias também é visível, o que colabora para o avanço das conquistas para a equidade de gênero.
Assista aqui a entrevista completa:
Lucas Monteiro