EXCLUSIVO – Com o anúncio de crescimento do PIB de 4,6% em 2021, o economista Senior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Fabio Bentes, mostrou um cenário otimista no primeiro painel do 22º Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros, promovido pela Fenacor. O resultado divulgado hoje (4) foi o melhor desde 2010, quando a economia cresceu 7,5%. Entretanto, segundo o economista, a maior preocupação neste momento é com a economia externa, impactada pela Guerra na Ucrânia. “Não irá cair uma bomba aqui, mas as consequências econômicas, como o encarecimento de commodities e outros insumos para diversos setores produtivos, podem prejudicar o caminho de crescimento brasileiro”.
Roberto Santos, presidente da Porto Seguro, ressaltou que países que passaram por guerras tendem a contratar mais seguro. No Brasil, a pandemia teve o mesmo efeito na população, o que ampliou o desejo pela contratação de produtos de vida, saúde e residência.
A transformação digital avançou muito, mas ela não tem a ver apenas com tecnologia, mas com o mindset. Antes, fazíamos as jornadas pensando em nossos processos. O aprendizado foi passar a pensar na jornada do corretor e do cliente dentro da empresa.
Roberto Santos, presidente da Porto Seguro
Simplicidade, velocidade e poder de resolução foram as palavras que guiaram as ações da Porto Seguro durante a pandemia. Neste período a empresa investiu cerca de R$ 5 milhões para adequação ao Open Insurance.
Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros, declarou que se não fosse o corretor se ajustar e se adaptar, teria sido mais difícil atender os consumidores. “Agora, frente à guerra da Ucrânia, saindo da pandemia, é preciso ter um olhar prospectivo para 2022”, pontuou.
Não tivemos apenas perdas durante a pandemia, mas também aprendizados relevantes para o mercado, que passou a ser visto de forma diferente. A relação com o próximo passou a ser diferente. Tivemos um momento de intranquilidade com a vida, saúde e residência. O sentido de proteção ficou mais claro para a sociedade.
O mercado de seguros tem a característica de perenidade. Não estamos aqui de passagem. Os grupos estão aqui para ficar
Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros
A Bradesco Seguros trabalha com cerca de 30 mil corretores de seguros e investe para melhorar o relacionamento com estes profissionais. Segundo Gontijo, “houve Investimento em torno de R$ 1 bilhão na melhoria do relacionamento com os corretores, criando ferramentas para que eles possam oferecer nossos produtos aos clientes”.
“Dependendo da reação da economia à guerra e ao fim da pandemia, teremos um olhar mais claro sobre os novos movimentos”, continuou Gontijo. “Porém , numa visão otimista, acreditamos no crescimento de dois dígitos para 2022. Temos capacidade e produtos, com condições diferenciadas para aportar os produtos junto aos clientes”.
A demonstração de força do setor durante a pandemia irá continuar, assim como a capacidade de reinvenção é fundamental para alcançar objetivos junto com corretores; cuja importância é endereçar as necessidades dos clientes, com certeza, segurança e confiabilidade para enfrentar os novos desafios.
José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine, lembrou que enquanto o PIB cresceu 3,4%, a indústria de seguros cresceu 57% nos últimos dez anos. “Ninguém sabe o que vai acontecer com a iminência da guerra, mas, independente das incertezas econômicas e políticas de 2022, o mercado continuará crescendo forte”.
Ele falou sobre os dados positivos para crescimento da atividade econômica, como arrefecimento da pandemia; redução da inflação; agronegócio como principal engrenagem da economia do país (PIB do agro deve crescer 3%); o crescimento esperado na produção e licenciamento de veículos, com projeção da Anfavea de 9,4%).
Os novos riscos trazem oportunidades como os produtos ligados a ESG – Riscos Ambientais, riscos cibernéticos e produtos para pequenas e médias empresas. É preciso estar atentos a elas
José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine
Kelly Lubiato
Revista Apólice