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Vivemos dias nos quais muito se fala em mitigação e monitoramento de riscos. Tais pautas têm dominado as agendas executivas no mercado securitário e, somadas à área de compliance, dão musculatura às discussões sobre processos e ferramentas para a gestão empresarial.
A cada nova notícia que traz consigo questões ligadas a riscos ou compliance, nas mais variadas editorias, de política à ambiental, é proporcional a crescente onda de profissionais especialistas que desembarcam no mercado. É notório o olhar crítico que as organizações vêm dando para tais executivos. Contudo, é importante também que essas mesmas empresas tenham, em suas políticas de governança corporativa, a formalização prática sobre independência e responsabilidade que tais estruturas precisam para poder desempenhar bem os seus papéis, dado o grau de relevância que as áreas exigem.
Com relação aos perfis profissionais, um ponto fundamental é a preparação para o exercício da função, já que por vezes vemos companhias alocando executivos sem uma ou outra formação ou experiência técnica para tal, confiando apenas nos processos e ferramentas já existentes.
Claro que esses mecanismos são importantes na gestão de riscos e no compliance, porém entendemos ser de fundamental importância a busca por profissionais experimentados e, de preferência, com bagagem de liderança nessas áreas. Pois num ambiente tão dinâmico em termos de inovações e desafiador nos aspectos relacionados à economia global, a realidade das organizações tem mudado a cada momento, à luz das novas situações que precisam ser pensadas, monitoradas e aprimoradas.
Com isso, chegamos a um processo de busca e seleção de executivos mais criterioso. Na rotina diária, tenho buscado profissionais que, além da profunda experiência técnica, também demonstrem uma postura de vanguarda quanto ao conhecimento sobre o ambiente que sua empresa está inserida – local e globalmente – e que tenham a capacidade de traduzir esses conhecimentos em temas concretos para serem discutidos e analisados nos comitês executivos e conselhos administrativos.
Atuar em áreas de riscos hoje significa diversificar sua operação, dialogar constantemente com os diferentes degraus da pirâmide, adequar e antever novos processos, ser generalista e especialista ao mesmo tempo, ser prático e pragmático. Sim, o “risco” se faz bom horizonte para os executivos.
* Alexandre Zuvela, vice-president & Partner da consultoria Fesa