Ultima atualização 11 de diciembre

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Confiança no setor de saúde suplementar brasileiro

Fenasaúde divulga perspectiva de crescimento e se mostra otimista em relação a 2015, embora vislumbre obstáculos a serem enfrentados

A FenaSaúde publicou neste mês que a expectativa é de que o crescimento do setor em 2014 seja de 3% no número de beneficiários de planos e seguro saúde, atingindo 72,2 milhões de vidas. Essa projeção tem como base a análise que a Federação faz dos dados da ANS. O valor divulgado é inferior à estimativa de 2013, que teve um aumento de 4,6%.
Na manhã da última quarta-feira, 12, Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, José Cechim, diretor-executivo e Sandro Leal, gerente-geral, avaliaram o ano da saúde suplementar no País e analisaram os obstáculos e avanços feitos até 2014. “Brasil gasta em saúde o equivalente a 9% do PIB, os EUA de 21% a 22%. As pessoas, quando vêem esse número, pensam que lá a saúde é priorizada, mas ao contrário, é o País do desperdício. Os procedimentos médicos nos EUA têm quatro a cinco vezes mais custo do que em qualquer outro lugar do mundo”, comparou Coriolano ao traçar um paralelo entre os modelos dos dois países.
O que impulsionou os planos e seguros saúde nos últimos anos, de acordo com os executivos, foram as PME’s. Como as grandes empresas, geralmente, já oferecem planos de saúde a seus associados, o mercado muda conforme as empresas menores também aderem a esse tipo de benefício.  “A nossa experiência é que indica isso [que são as PME’s que incentivam o mercado]. Um dado interessante é que as empresas pequenas e médias estão subindo. Isso mostra que quem está crescendo em tipos de plano de contratação é o plano coletivo empresarial”, destaca o presidente da FenaSaúde.
Um dos temas discutidos foi a judicialização da medicina, que Coriolano acredita ser uma tendência cada vez mais forte no Brasil e um fator que acaba por elevar a inflação médica.
Os processos dos usuários de planos para terem acesso à coberturas e tratamentos que não constam em suas apólices têm crescido. Mas ainda não há como mensurar o impacto. “O que percebemos, mais importante do que impacto financeiro, é o que ele pode causar na funcionalidade do setor. Isso é elitização da saúde privada e pública, que padece do mesmo mal”, declara Coriolano, que entende que apenas quem têm meios financeiros e podem contar com bons advogados e todos os custos de um processo é que acabam por conseguir o que precisam, mas prejudicam os quem não têm essas condições. “Era algo que antigamente era restrito a coberturas. Agora a judicialização chegou ao ponto de atingir direito dos beneficiários demitidos e aposentados, que a própria lei não permite” completa o executivo.
A Fenasaúde costuma produzir cartilhas e incentivar ações que estejam ligadas à questão da educação financeira, mas o presidente da entidade acredita que há uma maneira “clássica” que pode dar resultados para minimizar esses gastos enquanto essa conscientização não é plena. “Podemos partir para algo que realmente chama atenção, que é correponsabilizar as pessoas. No sistema de coparticipação, o usuário também paga para fazer um procedimento. Isso que derrubou a inflação médica nos EUA. Quando ele tem que fazer determinado procedimento, ele é o primeiro a reparar no preço. Por isso, temos uma expectativa muito positiva da saída do VGBL Saúde”, afirma Coriolano.
Para a FenaSaúde, o VGBL Saúde, quando aprovado, será o início da conscientização. Primeiro, por fazer com que o usuário guarde o dinheiro para que ele possa custear a utilização do plano de saúde quando for idoso.  “Acho que os consumidores estão cada vez mais empoderados, cada vez mais conscientes de sua condição. Ele é capaz de decidir sobre o que é melhor pra ele, não acredito que ele terá uma atitude que vá contra sua saúde”, afirma Coriolano, enquanto José Cechim complementa: “o que está havendo é um excesso de uso, mas se houver a coparticipação, cada vez que ele usa o benefício, ele sabe o custo que tem. E vai responder pessoalmente pela suas decisões”.

Amanda Cruz
Revista Apólice

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