Ultima atualização 09 de septiembre

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Seguradoras negam R$ 230 mi em indenizações fraudulentas

As seguradoras deixaram de desembolsar o montante de R$ 230 milhões em pedidos de indenizações fraudulentas em 2009. O resultado é 5,1% superior ao registrado no ano imediatamente anterior. Os dados constam da sétima edição do relatório “Sistema de Quantificação da Fraude” (SQF), levantamento anual feito pela CNSeg.
A cifra corresponde a 1,2% do total dos sinistros avisados em 2009 (R$ 18,9 bilhões) e a 0,7% das receitas (R$ 31,2 bilhões) obtidas pelos grupos participantes da pesquisa no ano passado, responsáveis por 79% dos prêmios ganhos no último exercício. De acordo com o superintendente da Central de Serviços, Renato Pita, não se pode afirmar se o aumento no valor economizado com as indenizações fraudulentas foi proveniente do crescimento do número de fraudes ou de uma maior eficácia na detecção das ocorrências por parte das seguradoras. “Observando o mercado, percebemos que essa elevação é uma resposta do maior empenho das seguradoras em comprovar pedidos fraudulentos”, opina Pita.
Segundo a CNSeg, os ramos mais afetados por ações fraudulentas (Vida, Automóvel e Transporte) responderam por 88% das fraudes comprovadas no ano passado- ou seja, R$ 198 milhões. A concentração nessas três modalidades foi ainda maior um ano antes, totalizando mais de 93% do total. Os sinistros com fraudes detectadas totalizaram R$ 280 milhões, 1,5% do total dos sinistros do ano passado. “O número é bem maior, considerando-se os sinistros com suspeita de fraude: R$ 2,10 bilhões em 2009, ou seja, 9,9% acima do total de 2008”, informou a entidade por meio de comunicado.
A Confederação realiza este estudo desde 2004 por amostragem, porque os números de sinistros avisados, fraudes e prêmios ganhos são parciais, pois não englobam as entidades de previdência, de capitalização e operadoras de saúde. Este ano participaram 54 seguradoras, duas a mais que em 2008. O ramo vida foi o que computou a maior participação de companhias (52) – nem todas operam nas carteiras analisadas. No total 90 seguradoras foram convidadas, porém só metade contribuiu com o estudo da CNSeg.
Na pesquisa, também foram descartadas as informações consideradas não disponíveis ou inconsistentes das seguradoras. Em demais ramos, por exemplo, somente 27% das respostas foram consideradas em 2009, bem abaixo dos 62% obtidos no exercício anterior. “Algumas companhias não têm informações completas ou não computam os dados de maneira adequada”, justifica o superintendente da Central de Serviços da entidade.
Segundo ele, a política de combate à fraude em seguros no Brasil vem num processo crescente, apesar de ainda ser tímida e num ritmo devagar. A lei incentiva as seguradoras a investir na detecção de indenizações fraudulentas. Conforme o artigo 4º da Circular 344 da Susep, as sociedades devem desenvolver estudos sobre o risco de serem objeto de fraudes, principalmente com relação aos produtos comercializados e suas práticas operacionais. “Fizemos um benchmarking em quatro países e analisamos as mais diferentes posturas do setor de seguros em relação às fraudes. Enquanto na Inglaterra, há um instituto que provoca o assunto, na França, apesar de ter uma empresa de combate, o tema é tratado de maneira escondida”, relata Pita, que acrescenta: “No Brasil e no resto do mundo, há resistência por parte das seguradoras. O assunto gera sempre um incômodo, mas nenhuma seguradora é contra”.
Apesar de não ser uma tarefa fácil, a nova gestão da CNSeg, segundo ele, tem entre suas estratégias de atuação adotar uma postura mais ativa no combate à fraude. Para isso, realizará um evento no Rio de Janeiro – no dia 23 de setembro, no auditório da Funenseg – e outro em São Paulo – no dia 28 de setembro, no Sindseg-SP – para divulgar não só a sétima edição do Sistema de Quantificação da Fraude, mas também políticas de combate a este crime no setor de seguros.
O intuito é estimular os players do setor a defender este tema com orgulho. Afinal, esta postura beneficia não só o segurado, que desfruta de preços menores, mas, principalmente as seguradoras, que podem desfrutar de mais credibilidade, e possibilitar que consumidores com menor poder aquisitivo tenham acesso ao mercado.

Aline Bronzati
Revista Apólice

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