A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou nesta quinta-feira, 25 de novembro, a edição de novembro do Boletim Covid-19, com dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19.
Neste número, a publicação mostra que a quantidade de leitos alocados para atendimento a casos de Covid-19 mantém a queda iniciada em abril de 2021 e que o número de beneficiários segue em contínuo crescimento, destacando, mais uma vez, o interesse dos brasileiros no acesso à saúde suplementar. Dentre as informações econômico-financeiras, são informadas a sinistralidade no período e inadimplência. Quanto às demandas dos consumidores, observa-se queda no registro de reclamações relacionadas à doença.
A edição de novembro traz ainda uma prévia do número de beneficiários em planos de assistência médica relativa a outubro e demandas dos consumidores recepcionadas pela entidade através de seus canais de atendimento. O objetivo da publicação é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade.
Evolução de beneficiários
O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo a outubro segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. O total de 48.575.935 beneficiários representa aumento de 0,10% em relação a setembro. A taxa de adesão (entradas), considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários.
Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até outubro deste ano.
Informações assistenciais
A proporção de leitos alocados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra de operadoras segue a tendência de queda que vem se observando desde abril de 2021, atingindo patamar inferior ao observado em outubro de 2020, quando teve início a segunda onda da pandemia.
A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, ficou em 72% em outubro, atingindo o mesmo patamar observado em outubro de 2019 (pré-pandemia). Já a ocupação de leitos comuns e de UTI para casos de Covid-19 apresentou queda significativa, enquanto a ocupação de leitos para demais procedimentos manteve estabilidade. A nova edição do Boletim destaca, ainda, que 7 operadoras da amostra informaram ter zerado os leitos alocados para Covid-19.
A busca por exames e terapias ficou 1,4% abaixo do observado para o mesmo mês em 2019, apontando para um retorno à normalidade na utilização desses serviços de saúde A retomada da realização de exames e terapias eletivas é esperada para que haja a continuidade do cuidado, detecção e tratamento precoces de doenças para o adequado acompanhamento de pacientes crônicos.
Exames
Dos dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19, destaca-se que o número de exames RT-PCR realizados em julho/2021 sofreu redução de 23,8 % em relação ao mês anterior, retornando ao patamar de novembro/2020. No caso dos exames de pesquisa de anticorpos, a queda foi ainda maior, com redução de 42,81% entre junho e julho de 2021.
Informações econômico-financeiras
A prévia da sinistralidade do 4° trimestre de 2021 apresenta 6 pontos percentuais de elevação em relação ao mesmo trimestre de 2019. Porém, é composta somente por um mês (outubro de 2021). No final do ano, historicamente, temos sinistralidade inferior devido à sazonalidade. Além disso, a taxa de sinistralidade anual em 2021 (prévia do acumulado até outubro) mantém-se inferior à de 2019 (81% x 79%). A ANS permanecerá monitoramento a evolução desses dados no setor.
Em outubro de 2021, observa-se um pequeno aumento no percentual de inadimplência de planos com preço preestabelecido se comparado com o mês anterior, assim como nos percentuais de inadimplência para planos individuais/familiares e para coletivos. Todos esses valores, porém, mantêm-se próximos aos seus patamares históricos.
Demandas dos consumidores
Os dados de outubro de 2021 mostram um aumento de, aproximadamente, 4,5% no total de reclamações que foram passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), em relação ao mês anterior. Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, houve redução significativa. Em outubro de 2021, a Agência registrou 384 reclamações sobre o tema. Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 39% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações.
No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.
Sobre os dados
Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma amostra de 49 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 105 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 74% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).