A tecnologia está revolucionando o mercado de seguradoras e promete personalizar ainda mais os seguros de carros. Hoje, as empresas consideram idade, sexo, tempo de habilitação, infrações de trânsito e histórico de acidentes do motorista na hora de precificar o produto, mas, em um futuro próximo, tudo será diferente.
Segundo a consultoria Gartner, até 2020, 250 milhões de automóveis estarão conectados à chamada Internet das Coisas o que fornecerá às seguradoras um rico universo de dados para analisar riscos e perfis de contratação, precificar de maneira mais específica e oferecer coberturas altamente personalizadas. E, com isso, baratear o seguro de acordo com cada perfil.
Além disso, o monitoramento cria um ambiente em que as operadoras poderão ser mais proativas, enviando alertas sobre possíveis problemas mecânicos antes mesmo que eles apareçam, sobre comportamentos de risco e trajetos suspeitos ou ainda acionando o resgate imediato ao detectar o acionamento dos airbags de um veículo segurado. Para se ter uma ideia, já existem, no mercado de pneus, versões equipadas com sistema de sensores que alertam o motorista sobre o nível de calibragem e desgaste do produto.
A instalação de rastreadores, por exemplo, exigida por algumas seguradoras, tende a se tornar desnecessária, uma vez que veículos com tecnologia de geolocalização já permitem o seu rastreamento. Além da eliminação desse custo, será possível rastrear toda a frota segurada, e não apenas automóveis com perfil de maior risco. A tecnologia empregada em larga escala não só facilitará a localização de veículos roubados, mas também o combate às fraudes.
Para o presidente da Aconseg-RJ, Luiz Philipe Baeta Neves, é importante pensar sobre o que o mercado de seguros está fazendo para se antecipar à nova realidade. “Há o desafio de adequar e desenvolver produtos utilizando essas informações. Algumas seguradoras já estão atentas às novas tecnologias e utilizam dados, por exemplo, como as rotas por onde o motorista dirige. É uma vantagem para o cliente, já que o valor da apólice se torna mais preciso e não determinado apenas pela faixa etária ou sexo do motorista”, explica.
Ainda não se conhece a fundo o potencial da Internet das Coisas, mas ela promete ser um divisor de águas no modo de vida das pessoas. A expectativa é de que, com a consolidação dessas tecnologias, o caminho estará aberto para a ampla adoção dos carros autônomos, embarcados com as chamadas tecnologias Vehicle-to-Vehicle (V2V), capazes de se comunicar entre si e com estradas inteligentes. O advento deverá provocar uma revolução na subscrição de riscos dos veículos, já que não haverá motorista, e novos parâmetros precisarão ser estabelecidos
A.C.
Revista Apólice