No último dia 25 de junho, o Príncipe de Gales e representantes dos setores empresarial e financeiro, juntamente com os principais especialistas do mundo no tema, participaram de encontro organizado pelo Willis Group e pela International Insurance Society (IIS), durante reunião de cúpula das Nações Unidas. Na ocasião, foi levantada a importância das empresas incluírem relatórios de risco de desastres naturais em suas divulgações.
A conferência é a conclusão de quatro anos de colaboração entre a iniciativa privada e o Escritório da ONU para a Redução de Desastres (UNISDR) e tem por objetivo integrar diferentes setores na arquitetura de instrumentos do novo quadro global sobre a redução do risco de desastres, a ser adotada na Conferência Mundial das Nações Unidas, em março de 2015.
Casos reais para a redução do risco foram repetidos por uma série de oradores de renome. O Príncipe Charles falou da necessidade de cada segmento da sociedade em proteger o planeta, por meio de ações que resultem na resiliência às catástrofes. Ele apontou a importância de se estabelecer compromissos concretos do setor privado na redução de risco de desastres, na abordagem e renovação do Quadro de Hyogo da ONU e falou de sua crença de que a apreciação plena do risco ampara o desenvolvimento sustentável.
Dominic Casserley, CEO do Willis Group, tem desempenhado um papel fundamental na aproximação dos interessados no assunto – o que inclui a ciência e a política. Falou ao público sobre como o setor de seguros está ajudando a reduzir os custos humanos, sociais e financeiros causados pelos desastres naturais.
“O risco de desastres mais do que nunca está desempenhando um papel considerável na vida humana e é regido por questões demográficas, econômicas e climáticas”, disse Casserley. Eventos climáticos cada vez mais violentos e frequentes estão afetando comunidades e empresas, especialmente nas áreas urbanas, com populações cada vez mais densas. Uma avaliação global da ONU de risco de desastres mostrou perdas diretas de US$ 2,5 trilhões neste século.
No setor privado, esses riscos são relevantes para muitas empresas, levantando preocupações sobre o futuro e dando menos confiança para investir e criar empregos. “Como uma indústria, nós temos muito mais entendimento para compreender a fixação de preços e compartilhamento de riscos. Essa experiência nos dá confiança para enfrentar ameaças maiores”, explica.
Ainda de acordo com o executivo, os investidores querem ter acesso a informações significativas que lhes permitam avaliar um negócio. No entanto, mal têm conhecimento dos riscos mais relevantes. Faz-se necessário realizar uma divulgação melhor dos riscos reais que as empresas enfrentam. Isso levará à melhoria das avaliações e preços para o mercado, com os melhores retornos. “As empresas precisam transmitir a construção de uma nova capacidade de resiliência contra um mundo cada vez mais arriscado para a sociedade”, completa o CEO.
Elizabeth Longworth, diretora da UNISDR, Madelyn Antoncic, tesoureira do Banco Mundial, e Mike Morrissey, presidente e CEO do IIS, estavam entre os que deram apoio à agenda da ONU.
T.C.
Revista Apólice