Ultima atualização 10 de abril

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Superintendente quer autarquia pró-ativa

Roberto Westenberger, superintendente da Susep, falou sobre os seis pilares de sua gestão, que pretende induzir o mercado a evoluir em benefício do consumidor

roberto westenbergerRoberto Westenberger, recém empossado superintendente da Susep, falou com exclusividade à revista sobre os planos que estão sendo traçados para sua gestão frente à autarquia.

Quais são as suas expectativas ao assumir o cargo, o que pode mudar a partir de agora?

Os planos já estão sendo elaborados para nortear a ação a curto prazo. Mas as ideias e os conceitos que vão orientar nossa gestão já estão definidos. São seis pilares: valorização do servidor da Susep, porque sem a superintendência motivada, aparelhada e capacitada tudo é mais difícil.
Há também a questão de capacitação de mercado, no sentido mais amplo. Internacionalização, atuação da Susep nas interações obrigatórias e não obrigatórias com os órgãos reguladores internacionais. Com os órgãos reguladores regionais se submetendo e discutindo em linha com o que o órgão regulador internacional determina.
A melhoria da gestão com aceleração da implementação de uma supervisão baseada em risco, com filosofia de regulação baseada em riscos, para que a Susep efetivamente possa contribuir para a melhoria da gestão das seguradoras.
Uma atuação desenvolvimentista, ou seja, a Susep atuando muito mais como órgão fomentador do mercado brasileiro do que propriamente na situação policialesca. Evidentemente, não exclui essa ação porque ela é função da Susep. Mas vai mudar o direcionamento, para o fomento do mercado de seguros, sem esquecer o talão de multas em um bolso e o lacre, no outro, para os casos em que será mandatória essa ação.

O mercado reclama muito sobre a aprovação de coisas que dependem da Susep. Como vocês pretendem agir para resolver essas questões?
Esse é o sexto pilar. É o que eu chamo da atuação da Susep mais no atacado do que no varejo. O papel do órgão regulador é garantir a solvência do sistema. Isso passa por análise individualizada do produto, mas não na intensidade que a Susep está adotando hoje. Ela vai, efetivamente, continuar ano seu processo de análise de produtos, mas para produtos em que essa ação seja necessária, com a rapidez que não trave o desenvolvimento do mercado.
Se a análise individualizada de produtos se presta a uma avaliação da saúde financeira da seguradora, existem outros meios de olhar essa saúde financeira que são os quantitativos de reserva e capital, com a atuação no provimento de informações para o mercado. Isso vai gerar uma adequação do papel da Susep que é de garantidor da solvência, muito mais que da ação varejista produto a produto, que acaba travando o mercado. Em contrapartida, a Susep vai pensar e ajudar o mercado a visualizar os nossos produtos que são necessários para preencher as demandas daquele que é o objetivos do mercado, que é o consumidor de seguros.
É uma mudança de foco, procurando atuar no desenvolvimento dos nichos onde o produto de seguros ainda não está de forma adequada, do que propriamente no garimpo dos detalhes de produtos já existentes.

Kelly Lubiato, do Rio de Janeiro
Revista Apólice

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