No nível executivo, as contratações são feitas em sistema de ” rouba-montes ” mesmo. ” Este é um mercado muito tradicional ainda. São poucas as seguradoras que apostam em um profissional que não é do ramo, principalmente em cargo executivo”, diz Bernardo Cavour, diretor da Michel Page responsável pela área de seguros.
Segundo ele, são três os pontos críticos na procura por profissionais: domínio do inglês, já que a presença de estrangeiros é cada vez maior; base técnica e, ao mesmo tempo, visão de negócios. ”O profissional tem de ter um raciocínio mais analítico, conseguindo ver o negócio de forma mais ampla, além de suas atividades operacionais”, completa Danilo Castro, diretor da Page Personnel.
Na recente escolha de Thomaz Menezes para a presidência da Sulamerica, por exemplo, circula no setor que um ponto importante no currículo do executivo para substituir Patrick Larragoiti foi a sua experiência em conduzir negociações em inglês. O executivo era o presidente da corretora Marsh para o Brasil e América Latina, além de ter sido membro do Conselho mundial da corretora americana.
Pré-requisito geral
E o inglês tem sido um quesito de contratação em todos os níveis, inclusive nas áreas de back office das seguradoras e resseguradoras. Um profissional da área contábil não precisava ter o domínio do idioma há alguns anos.
Depois da abertura do mercado de resseguros brasileiro em 2008 (o IRB manteve o monopólio durante 70 anos), porém, ele tem de lidar com normas nacionais e internacionais, exemplifica Castro.
Nas seguradoras estrangeiras o domínio do inglês é, ainda, mais importante, para se comunicar com a matriz e outras operações pelo mundo.
” Por sermos uma multinacional, o inglês é importante, e a partir de determinado nível é um fator de propulsão na carreira”, comenta Alexandre Boccia, presidente da Cardif do Brasil.
Segundo Castro, profissionais com esse perfil (idioma, conhecimento técnico e visão de negócios) existem, mas estão inflacionados. ”Para não ficar na mão de poucos profissionais, as empresas estão investindo para formar seus próprios profissionais.”
Thaís Folego
Brasil Econômico