Ultima atualização 01 de abril

Custos médico-hospitalares crescem acima da inflação

A variação dos custos médico-hospitalares das operadoras de saúde (VCMH), calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi de 12,5% no período de 12 meses encerrados em setembro de 2009 perante os 12 meses anteriores. O índice VCMH esteve bem acima da inflação – a variação do índice IPCA, no mesmo período, foi de 5,4%. Essa também tem sido a experiência vivida em países estrangeiros. A despesa per capita com saúde na sociedade americana, por exemplo, tem expandido sistematicamente acima da inflação de preços a consumidor e acima dos ganhos salariais nos últimos 30 anos.
O índice VCMH havia crescido expressivamente de janeiro a maio (3 p.p.) e se manteve nesse patamar elevado durante os quatro meses seguintes.
A variação de custo é composta pela variação da frequência (número de procedimentos realizados per capita nos doze meses) e pelo preço unitário médio por procedimento. O constante aumento da frequência de utilização dos procedimentos tem sido o principal impulsionador da variação das despesas médico-hospitalares. Nas consultas, por exemplo, a freqüência que havia aumentado 4,1% em 2008 continuou crescendo em 4,7% no último estudo. O da frequência junto com o expressivo reajuste dos preços, (12% em 2007, 9% em 2008 e 7,1% no último estudo ? todos acima da inflação) foram os pontos decisivos para o atual indicador.
O principal componente do VCMH são as internações, que representam 60% do índice. As despesas com este procedimento estão crescendo aceleradamente, chegando a 12,6% ante 9% em 2008. As internações foram responsáveis pela manutenção do alto valor do VCMH ? devido as elevados aumentos na freqüência, de 2006 a 2008, e ao aumento no preço médio último período.
Outro fator importante para o cálculo do VCMH é a idade da população. Na última medição, verificou-se um aumento na participação das faixas etárias de 24 a 33 anos (0,3 p.p.) e na faixa acima de 59 anos (0,7 p.p.). O percentual de idosos nos planos individuais alcançou 22,1%, percentual que é mais do dobro do que se observa na população brasileira (10%). Essas duas faixas são críticas, pois a primeira concentra mulheres em idade fértil e a segunda, as pessoas com maior prevalência de doenças crônicas ? ambas consomem mais serviços de saúde.

A.B.
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice