Não são apenas idosos que têm dificuldade de realizar atividades básicas em seu dia-a-dia. Levantamento do IBGE divulgado no início deste mês mostra que, para 42 milhões de pessoas com mais de 14 anos, caminhar por mais de um quilômetro, por exemplo, ou abaixar-se para pegar alguma coisa do chão, é uma tarefa árdua.
A pesquisa consta do suplemento de saúde da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgada pelo IBGE. Segundo o estudo, 29,1% da população atualmente apresentam as dificuldades relatadas acima, entre outras. Em 2003, o índice de pessoas nestas condições era de 26,2% da população.
Segundo Lauter Nogueira, diretor técnico do Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade Bradesco Seguros e Previdência, quanto mais sedentária uma pessoa é, mais dificuldade terá, ao longo da vida, de efetuar algumas tarefas, por mais simples que pareçam. “Isso não tem uma relação direta com a faixa etária, mas sim com o quanto esta pessoa se exercita diariamente”, explica.
Nogueira adianta que o sedentarismo está por trás de diversas doenças. “Hoje o foco principal da saúde é a prevenção, especialmente quando pensamos numa população que tende à longevidade, como é o caso da brasileira”, afirma. “E, para prevenir uma série de problemas, praticar alguma atividade física é essencial”, ensina. Segundo ele, o grau de dificuldade de se movimentar que uma pessoa terá no futuro depende essencialmente da postura que adota no presente.
Os benefícios no organismo para quem corre ou caminha são diversos. “As pessoas sentem-se menos deprimidas, perdem o receio de cair, melhoram a postura, a pressão arterial, o sistema imunológico e o equilíbrio”, garante o especialista. Ele ensina, no entanto, que cada pessoa deve sempre respeitar seu ritmo e que os iniciantes devem antes procurar uma orientação especializada.
De acordo com o IBGE, na época da pesquisa, 75,2 milhões de pessoas assistiam à televisão por mais de três horas por dia e 16,2 milhões passavam o mesmo tempo usando videogames ou computadores, apenas fora do ambiente de trabalho. Na faixa entre 10 e 19 anos, o percentual que utilizava esses aparelhos por no mínimo 180 minutos diários ultrapassou os 50%.
“A principal meta deste Circuito é fazer com que essas pessoas se sensibilizem para a importância da atividade física e deixem de ser sedentárias. Queremos que elas incorporem a caminhada, e posteriormente a corrida, em seu ritmo diário”, afirma Nogueira.
Longevidade e persistência
Ele é um exemplo de persistência e resistência: Lúcio Mauro Diniz, de 67 anos, se notabilizou por ser o atleta longevo mais assíduo das etapas do Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade Bradesco Vida e Previdência.
Natural de Contagem (MG), já participou de quase todas as etapas do Circuito. Corredor frequente de provas de rua, Lúcio Mauro coleciona, em um diário, todos os seus feitos: ao todo, garante possuir mais de 400 medalhas, conquistadas ao longo de 13 anos de corrida.
“O exercício é o melhor remédio que existe. Quando me aposentei, há mais de dez anos, sabia que para continuar vivo e com saúde precisava de um objetivo. Escolhi correr e tem sido uma grande motivação para mim”, afirma Diniz. Ele revela que apenas uma vez se lesionou com a prática do exercício. “Foi porque exagerei, mas aprendi com o tempo a achar o equilíbrio necessário.”
Circuito de Corrida e Caminhada da Longevidade 2010
As próximas cidades que receberão o Circuito são Belo Horizonte e Campinas, ainda em abril, Bauru, em maio, São Paulo em julho, Presidente Prudente, Porto Alegre e São José do Rio Preto em agosto, São José dos Campos e Ribeirão Preto em outubro, Sorocaba em novembro e na última etapa, o Rio de Janeiro, em dezembro.
JN
Revista Apólice