Ultima atualização 30 de setembro

Como explicar ao cliente o que é capitalização

4º Workshop de Capitalização realizado pela Fenacap mostrou como é possível explicar aos clientes de forma simples o que realmente são os títulos de capitalização

Angelica Carlini

Durante o 4º Workshop de Capitalização, realizado pela Fenacap, a advogada e professora Angélica Carlini disse que o consumidor brasileiro está empoderado. Desde que foi criado o Sistema de Defesa e Proteção ao Consumidor, todos os dados de reclamações de empresas são consolidadas a partir de reclamações de Procon’s de estados e municípios. “Todo o Brasil hoje consegue se comunicar”, disse Carlini.

Angélica disse que a Susep tem uma postura diferenciada no setor porque ela atende aos consumidores e é o órgão que fiscaliza a atividade econômica. O que é um retrabalho, em sua opinião.

É necessário que o consumidor entenda que, do dinheiro que ele investe, uma parte é destinada para formar o montante que será devolvido no resgate; outra parte vai para o custeio dos prêmios pagos aos contemplados; e uma terceira parte é destinada para cobrir as despesas administrativas. Capitalização não é poupança nem investimento, não é loteria, não é contrato de seguro. “Procurar na capitalização elementos vantajosos a partir da comparação com os outros serviços acima referidos é um exercício inócuo”, ensinou.

Capitalização é um serviço para acumulação de capital que será resgatado num período de tempo. Durante este período o dinheiro será atualizado. A advogada ressaltou que no Brasil há um certo “nojinho de falar sobre os deveres dos consumidores”. Todos os contratos impõem direitos e deveres. O primeiro é de pagar, o segundo é cumprir as regras. “Isso eu digo à exaustão aos seguradores que o dever de informar é do vendedor”, ressalta Angélica.

A professora de marketing e negócios internacionais do Instituto COPPEAD de Administração da UFRJ, Heloisa Maria Barbosa Leite, disse que o seu relacionamento com o mercado de capitalização começou há 70 anos, na casa de seus pais no interior do Rio de Janeiro.

A pergunta é: como se explica que há tantos e tantos anos já existiam indivíduos dispostos a adquirir planos de capitalização? “É da natureza humana!”, responde Heloisa, acrescentando que as pessoas precisam sonhar, mesmo que não se lembre do que se sonhou, e que os sonhos de consumo existem e o ser humano quer sempre realizá-lo.

O que motiva os indivíduos e empresas a comprar estes títulos? “Temos que analisar a palavra racionalidade, porque ela é relativa. O que prejudicou muito a educação financeira foi o incentivo ao consumo. Ninguém fala institucionalmente da poupança”, argumentou a pesquisadora.

Ela sugeriu que façam propaganda com pessoas que ganharam nos sorteios. “Não é difícil encontrá-los, eles só estão espalhados pela imensidão do País”, completou.

 

Busca da felicidade

O capitalismo só é uma festa completa para a classe AAA. Este grupo é pequeno no mundo todo. “O capitalismo deve ser visto pelo ângulo da maior parte da população. Para esta classe, o capitalismo tem de bom a diversidade. Por que a telefonia móvel é tão problemática? E a área de aviação civil? Nossa fraqueza é a diversidade”, lamentou Marco Barros, presidente da Fenacap. Neste sentido, a capitalização é mais uma forma de acumulação, que contempla uma camada da população que quer ser feliz, de forma concreta, a partir de pequenos valores. Assim, a capitalização traz a tona o lado social do seguro. As empresas pensam em lucro, mas nem todo lucro destrói o consumidor.

Marco Barros disse que o setor cresceu quase 2% neste ano e deve cumprir a meta de crescimento nominal de 4% para este ano. “Esperemos que o processo inflacionário não perdure por muito tempo. Do ponto de vista local, não observamos mudança brusca de comportamento do setor. Não acreditamos que haverá grandes oscilações. A discussão é quanto isso vai perdurar e afetar diretamente o mercado de capitalização”, destacou o executivo.

A questão da comunicação é uma batalha permanente. “A gente vem ao longo do tempo fazendo pequenas incursões através das mídias sociais , colocamos campanha no ar que faz parte de estratégia de longo prazo que busca comunicar quais são os atributos, porque e a quem. Motivar é fundamental e ajudar as pessoas a definirem suas escolhas: jornais, páginas de WEB, comunicação institucional. Temos que colocar a capitalização como alternativa de negócios para todas as empresas. Trabalhar a educação financeira em ambiente mais plural. Para continuar crescendo, é preciso que todos os elos sejam fortes. As empresas devem se preocupar na formação de seus colaboradores, porque ele é agente de transmissão do valor daquele mercado”, concluiu o executivo.

 

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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