A regulamentação do seguro popular de automóvel abre um novo horizonte para as seguradoras brasileiras. Em um cenário de retração econômica, com queda de 28% nas vendas de automóveis no primeiro trimestre do ano (dados Anfavea), e de inúmeras possibilidades da economia colaborativa, o mercado precisa inovar para continuar vivo.
A publicação da resolução do produto (Resolução 336/16) trouxe luz para discussões envolvendo entidades, seguradoras e corretores sobre pontos que realmente impactam no custo final da apólice. Estima-se que a redução do preço pode partir da ordem de 10%, mas o número pode crescer. Por isso, o debate com todos os players é de fundamental importância.
A utilização de peças genéricas é um dos pontos cruciais para garantir o efetivo impacto no preço e na satisfação do motorista. Essa ponderação está fundamentada na análise de que a quantidade de peças necessárias não seria suficiente para suprir a demanda de reparo dos veículos atualmente em circulação pelas ruas. Uma simples conta pode exemplificar essa questão, uma vez que a cada 100 colisões de trânsito, 10 são perdas totais. Ou seja, o restante, as demais 90 ocorrências, necessitam das peças provenientes dos automóveis que sofreram as chamadas perdas totais para a realização da reparo. Com a utilização das peças genéricas, que são fabricadas com as mesmas especificações das peças originais, essa questão poderia ser resolvida de forma mais rápida e econômica.
Existe uma frota enorme de veículos que circulam sem seguro e um mercado consumidor inteiro ávido de opções cada vez mais tecnológicas, econômicas e inteligentes. Acreditamos no crescimento do setor e na oferta de apólices modulares para seguir no desenvolvimento do mercado brasileiro.
* Sérgio Barros, diretor de Produtos de Automóvel do Grupo BB e Mapfre