Ultima atualização 31 de outubro

Perfil de endividamento de jovens nos EUA muda na última década

Estudo realizado pela TransUnion mostra que desdobramentos da recessão fazem peso dos empréstimos estudantis recair sobre idosos

porcentagem dívida 1

Um estudo realizado pela TransUnion revelou que a composição do endividamento dos consumidores dos Estados Unidos se alterou na última década tanto para os segmentos mais jovens quanto para os mais velhos da população.

O levantamento mostrou que os empréstimos estudantis são o maior fardo sobre os consumidores com idades entre 20 e 29 anos, e que sua parcela sobre a dívida total da faixa etária quase triplicou nos últimos nove anos. Em 2005, a modalidade correspondia a 12,9% do saldo devedor total – percentual que passou para 21,1% em 2009 e 36,8% em 2014. Além do financiamento estudantil, a composição do endividamento inclui hipotecas, automóveis, cartão de crédito, HELOC (home equity lines of credit, linhas de crédito em que um imóvel é dado como garantia) e outros tipos de empréstimo.

“A crise das hipotecas e a recessão tiveram um impacto profundo sobre o país, com muitos consumidores sentindo os efeitos ainda hoje”, diz Charlie Wise, coautor do estudo e VP do grupo de soluções inovadoras na TransUnion. “Curiosamente, nosso estudo constatou que a recessão teve um impacto duradouro sobre dois grupos: consumidores na faixa de 20 anos e acima de 60”, completa ele.

Wise analisa que o endividamento de um grupo provavelmente impactou o do outro. Segundo o executivo, com a taxa de desemprego elevada por um período prolongado, nos últimos seis anos, as pessoas acima de 20 anos provavelmente recorreram aos pais, avós e outros familiares estabelecidos financeiramente para apoio financeiro.

O impacto dos empréstimos estudantis refletiu em todos os grupos etários. Em 2014, a dívida estudantil era 7% do endividamento total de todos os consumidores do País, de todas as idades, sendo que em 2005 essa parcela era de apenas 2,8%. O saldo médio do empréstimo estudantil por consumidor também saltou, passando de US$17.442 em 2005 para US$29.575 em 2014, considerando todas as faixas etárias.

Jovens e a dívida estudantil
Enquanto o peso dos empréstimos estudantis para os consumidores de 20 a 29 anos quase triplicou entre 2005 e 2014, o saldo médio com dívida estudantil por mutuário dessa idade aumentou 61%, de US$15.853 em 2005 para US$25.525 este ano. No período, o percentual de consumidores dessa idade com empréstimo estudantil também cresceu de 31% para quase 51%.

A alta foi registrada ainda em empréstimos para compra de automóveis: sua parcela no endividamento total dos mais jovens subiu de 11,6% em 2005 para 14,1% em 2014, com saldo médio aumentando de US$13.721 para US$14.637.

Já as hipotecas diminuíram sua participação na tomada de empréstimos geral destas pessoas: a parcela diminuiu de 63,2% em 2005 para 42,9% em 2014. Desde a recessão até agora, o estudo constatou que o saldo médio de hipoteca por mutuário caiu mais de 9%, de US$166.117 em 2009 para US$150.624 dólares em 2014.

A participação do cartão de crédito também caiu, de 5,1% em 2005 para 3,8% em 2014, com o saldo por pessoa registrando queda de 27%, de US$3.261 em 2009 para US$2.315 em 2014.

Idosos do segmento prime ficam mais endividados
Por outro lado, o saldo devedor dos consumidores mais velhos tem crescido em todas as categorias. O saldo médio de hipoteca por tomador diminuiu cerca de 2% na população adulta em geral entre 2009 e 2014, enquanto os consumidores 60 anos ou mais foram o único grupo etário a ver aumento nesse tipo de dívida. Os consumidores mais velhos também ficaram mais endividados em automóveis, cartão de crédito e HELOC.

Já a dívida estudantil se torna um fardo crescente para esse grupo com mais de 60 anos. Embora a parcela de empréstimos estudantis entre esses consumidores tenha permanecido abaixo de 5% em 2014, o saldo médio subiu de US$14.696 em 2005 para US$27.168 em 2014. O estudo também descobriu que 48% dos empréstimos estudantis incluem um consumidor mais sênior como cossignatário.

“O aumento da dívida estudantil entre os idosos e a incidência significativa de financiamentos coassinados indica que muitos norte-americanos mais velhos estão participando em empréstimos para ajudar família e amigos”, explica Wise. “É provável que muitas das pessoas que eles estão ajudando estejam em situação financeira difícil ou não se qualifiquem para empréstimos estudantis por conta própria, devido a problemas de crédito ou histórico de crédito insuficiente”.

Ainda de acordo com o documento, segmento acima de 60 anos é o único em que a parcela de consumidores prime em hipotecas tem aumentado desde 2009, passando de 27% para 32% em 2014. Todas as outras faixas etárias viram redução na parcela prime. As taxas de prime em outras categorias de crédito (cartões de crédito, automóveis e HELOC) também subiram no segmento acima de 60 anos.

Os consumidores mais velhos têm sido capazes de atingir níveis mais altos de endividamento em grande parte devido ao seu perfil de risco mais favorável em relação a outros grupos etários.

“Alguns credores, que anteriormente não teriam como alvo os consumidores mais velhos, podem achar que eles são um grupo mais atraente do ponto de vista de crédito agora”, disse Wise. “Com o aumento da demanda por empréstimos e um perfil de risco atraente, consumidores mais velhos agora representam um mercado desejável para os credores que procuram crescer. Além disso, o aumento dos gastos por parte dos consumidores mais velhos e suas famílias a partir desses empréstimos podem ajudar a economia continuar a sua recuperação”, finaliza.

L.S.
Revista Apólice

 

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