Ultima atualização 23 de outubro

Clientes corporativos dão sugestões para atuação da seguradora

Werner Stettler, vice-presidente Corporate da Zurich, disse que o Brasil é prioridade para a companhia, que acabou de assumir os negócios da Via Varejo, que envolvem seguros comercializados nas lojas das Casas Bahia e Ponto Frio. Ela se tornou uma das maiores seguradoras nesta área e esta é a posição que pretende assumir em outras carteiras também. “Temos uma visão de longo prazo como uma seguradora presente nos dois lados do Atlântico, em mais de 200 países”, afirma.
A respeito de compra de carteira de outras empresas, Stettler declarou que pelo seu porte a Zurich analisa qualquer negócio que entre no mercado. “Não posso dizer agora se temos 50 coisas no forno ou não, mas posso garantir que qualquer coisa que esteja à venda aparece na mesa da Zurich para ser analisada, seja em riscos de engenharia, riscos financeiros etc”.
Sobre a concentração do mercado, Stettler disse que há uma tendência no seguro corporate dos bancos se retirarem dos grandes riscos. Este ramo acaba se tornando foco das empresas que já atuam na área e que conseguem servir os clientes ao redor do mundo.
O Zurich Corporate Conference 2104 é um evento que reúne anualmente parceiros intermediários e clientes para discutir temas da atualidade. “É muito bom poder trocar ideias fora do ambiente do dia-a-dia e ter a possibilidade de novos contatos”. Esta ação reforça a reivindicação dos seguradoras de que as seguradoras devem estar mais próximas do cliente ao longo do ano inteiro e não apenas no momento da renovação do seguro ou da regulação do sinistro.
Nesta 5a. edição, representantes dos corretores de seguros mostraram como avaliam as seguradoras junto aos clientes e como apresentam estes dados às seguradoras para que elas possam aprimorar a sua atuação.

Prestação de serviços na indústria seguradora

O advogado Marcelo Mansur disse que como prestador de serviços também possui seus dilemas. Conversando com colegas decidiram investir na cultura de prestação de serviço, que pode ser de qualidade ou não. Porém, a qualidade é aquilo que te destaca, pois quando ela é percebida há predisposição do cliente em pagar a conta.
O seguro é produto ou serviço? Na definição legal é contra o pagamento de um prêmio a seguradora garantir cobertura para um risco descrito. Por mais que queiram chamar seguro de produto, ele é um serviço.
Antes de qualquer coisa, a seguradora faz a inspeção e a subscrição do risco. Após isso, a primeira obrigação é emitir a apólice tempestivamente, num prazo de 30 dias (15 dias para aceitar ou declinar e mais 15 para emitir a apólice após a aceitação). A data de vigência é a data da aceitação do risco. O segundo dilema é emitir a apólice corretamente, com dados do risco. “Existe um risco grande de ocorrer um sinistro mas o risco não estar descrito”, avisou Mansur.
Nelson Lacerda, da Marsh apresentou o Marsh Market Performance, um documento entregue para as seguradoras mostrando a elas como estão seus processos operacionais e os de sinistros. “A primeira reação do mercado foi negativa, porque ninguém gosta de ser medido”. Entretanto, agora as companhias estão aproveitando estas informações até para melhorar seus custos. “Isso é só um pontinha do nosso iceberg, porque sabemos que a excelência operacional é uma das maiores preocupações dos clientes”.
Marcelo Daniel, da Willis, mostrou que a corretora aproveita os indicadores do mercado para saber as seguradoras que melhor atendem seus anseios. Realizamos pesquisa com clientes que respondem perguntas em cinco tópicos, que resulta no Quality Index. Após a pesquisa, os dados são compilados e auditados, e o relatório é entregue às seguradoras e serve de componente no momento da subscrição do risco. Pretendemos não só criar benchmark mas também criar padrões de qualidade de serviços entre as seguradoras.
Mauricio Masferrer, representante da AON, diz que monitora os clientes e o mercado, por isso é preciso ver os dois lados. “Montamos um plano para atender as prioridades do cliente e junto fazemos uma pesquisa (MPS) para saber a percepção dele para cada unidade de negócios. Os resultados dos dois programas são direcionados para os diretores de qualidade”. Alguns pontos são pesquisados e apresentados para as seguradoras. Um dos pontos mais críticos é a atração de novos talentos.
Cristiane Alves, presidente da ABGR – Associação Brasileira de Gerência de Riscos, destacou que para a frota de automóvel talvez o executivo não pagasse um valor alto, mas para o risco que é o core business da empresa, ele estaria disposto a pagar sim.
O seguro é visto como custo dentro das empresas, por isso o desafio fica também com o gerente de risco ou de seguro. Como convencer o board da empresa de pagar mais pelo seguro que vai oferecer um serviço melhor? “Não adianta ter um regulador que demora 2 meses para entender meu negócio para só depois iniciar o processo de regulação do sinistro”.
O clausulado no Brasil não é muito claro. “Sugiro que vocês invistam tempo para que a Susep abra a possibilidade de flexibilização dos contratos. O trabalho do corretor é bastante importante no decorrer do ano e conhecimento do risco no momento da contratação da apólice, porque ajuda a perceber melhor as exposições. Sentimos falta da proximidade e de ouvir e entender para poder atender”, completou Cristiane.

Kelly Lubiato, do Guarujá/SP
Revista Apólice

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